Há duas décadas, era comum que os portadores do vírus HIV fossem diagnosticados no consultório odontológico, conta o professor Celso Lemos Jr. “Antes, como se demorava para entrar com o coquetel (tratamento da aids), o paciente apresentava várias lesões orais características de soropositivos, como o Sarcoma de Kaposi, nódulo avermelhado que sangra facilmente”, afirma. Atualmente, ainda que possível, a situação se tornou rara. O dentista desconfia da doença principalmente quando infecções por fungo, como a candidíase oral (sapinho), se manifestam de maneira exacerbada – por causa do sistema imunológico deficiente do HIV positivo. Nesse caso, aparecem “membranas brancas, que lembram creme de arroz, por toda a mucosa”.
HERPES LABIAL Feridas e bolhas pequenas e doloridas na boca podem sinalizar ao seu dentista que você está infectado com o vírus da herpes labial. A doença pode aparecer acompanhada de febre, dor no corpo e falta de apetite. No caso de crianças de até cinco anos, quando têm o primeiro contato com o vírus, a principal recomendação é evitar que a criança desidrate, por causa da dificuldade em se alimentar. O único tratamento possível é aliviar os sintomas.
HPV Pequenas verrugas na boca são os indícios usados pelo dentista para detectar que seu paciente é portador de HPV (Papilomavírus Humano) – mas esse tipo não representa relação com o câncer de boca. Recentemente, o ator Michael Douglas revelou que sofre de câncer de garganta devido à presença de um tipo do vírus. De acordo com o professor da USP Celso Lemos Jr., já existem mais de 130 vírus na família do HPV, e nem todos são detectáveis. Os que comprovadamente têm relação com o câncer, HPV 16 e 18, por exemplo, não apresentam nenhuma lesão clínica. Vale lembrar que muitas pessoas têm HPV no organismo, mas não chegam a mostrar nenhum sintoma ou fator de risco.