Autor: Sérgio Ober – Assessor de Imprensa
Uma equipe de representantes da Iguá Mato Grosso, a empresa
proprietária da concessionária Águas Colíder, participou na noite desta
segunda-feira (13.11) de uma audiência pública promovida pela Câmara Municipal
e que se estendeu até próximo à meia-noite, por cerca de cinco horas.
O diretor de Operações da Iguá, André Henrique Vasconcelos
Ferreira, detalhou o cenário da atual capacidade de abastecimento no município,
expôs os planos para incrementar e resolver os problemas no sistema de
distribuição de água na cidade e respondeu questões elaboradas por vereadores e
moradores.
Sobre a água turva que chega às torneiras das casas, André
explica que o problema está relacionado diretamente ao período de estiagem. O
pequeno fluxo e, até mesmo, a falta de água no sistema de distribuição provocou
o acúmulo de partículas nos canos e que, agora, chega às moradias.
Ferreira orienta a população que todos os problemas
relacionados à qualidade da água sejam imediatamente informados à Águas
Colíder. “É importante que a gente saiba exatamente onde o problema está
acontecendo para que possamos atuar de maneira rápida e mais precisa”.
O diretor diz que parte dos casos envolvendo a qualidade da
água a empresa fica sabendo apenas pela imprensa. “Ou pelo trabalho aguerrido
dos vereadores. Mas é muito importante que a população procure a Águas Colíder
ou ligue ao 3541-4528”, alerta Ferreira.
CAPTAÇÃO E ABASTECIMENTO
Sobre a captação, André Ferreira menciona a reduzida
capacidade hídrica do Rio Carapá e acrescenta a necessidade de buscar outras
fontes para a captação da água. De imediato, descartou os poços artesianos
devido à reduzida capacidade do lençol freático aliada aos altos custos.
O diretor informa que a Iguá já realizou estudos e
apresentou ao prefeito Noboru Tomiyoshi e seu secretariado, em outubro, quatro
propostas mapeadas como possíveis para solucionar o desabastecimento de água
nos períodos de estiagem em Colíder.
“Primeiro, os poços. Segundo, a construção de uma barragem
próximo à captação no leito do Rio Carapá, a implantação de uma nova captação
com uma adutora para transposição a partir do Rio Teles Píres até a nascente do
Carapá e, por último, a implantação de uma captação como adutora no Teles Pires
indo até a estação de tratamento de água”, pontuou Ferreira.
Ele se ateve às três últimas propostas, já que os poços se
inviabilizam como solução para o abastecimento. A barragem ofereceria uma
capacidade para cerca de três meses, mas esbarra nos altos custos de
implantação, desapropriações e impactos ambientais consideráveis.
TRANSPOSIÇÃO
A transposição da água do Rio Teles Pires até a nascente do
Carapá exigiria cerca de 6,5 quilômetros de tubulação com meio metro de
diâmetro para uma vazão de 140 litros por segundo. Essa opção também tem alto
custo para operação e também esbarra em entraves ambientais.
“É uma solução de um prazo relativamente curto de ser
implantado, tem o menor custo e de baixa complexidade, mas apresenta como
principal desvantagem não garantir a vazão necessária no ponto de captação
porque a gente estaria colocando esse recurso hídrico na calha do rio, onde
fica suscetível à utilização para outros tipos utilização, como irrigação, para
consumo de animais e penetração no próprio solo”, explica o representante da
Iguá Mato Grosso.
A transposição das águas do Teles Pires diretamente até a
estação de tratamento da Águas Colíder teria uma vazão de 73 litros por
segundo, com uma tubulação em diâmetro menor e extensão de adutora de
aproximadamente 21 quilômetros.
“É uma solução que já prevê o crescimento da cidade no longo
prazo. Tem como vantagem a garantia do atendimento da vazão necessária, é de
baixa complexidade na parte de engenharia, mas tem como desvantagem um maior
custo de implantação em função da extensão dessa adutora e, possivelmente,
alguns entraves do ponto de vista ambiental”. Informa André Ferreira.
NOVOS ESTUDOS
Durante a reunião com o prefeito Noboru, ficou definido que
a Iguá Mato Grosso continuará os estudos para definir a solução ideal para
Colíder. “Depois desse estudo concluído, nós voltaremos aqui para que o
município decida qual a proposta mais viável, mais interessante, e como isso
vai ser considerado dentro do contrato de concessão”.
O presidente da Câmara, Rica Matos (PSD), disse que essa foi
uma oportunidade importante para a população conhecer a realidade envolvendo os
problemas relacionados ao abastecimento e à qualidade da água em Colíder e,
também, ficar informada sobre os investimentos sugeridos para garantir a
captação contínua durante os períodos de estiagem.
Rica defende a captação da água direta do leito do Rio Teles
Pires. “Não é preciso nem ser engenheiro para compreender isso. Essa seria a
solução mais fácil. E não vejo outra saída a não ser essa da captação do Teles
Pires. Infelizmente, os rios Carapá e Boa Esperança não têm condições para
continuar abastecimentos as nossas casas e as nossas famílias”.
O presidente pede pressa na decisão sobre a melhor proposta
para que o novo sistema de captação comece a operar antes da estiagem de 2018.