Diretor do Corinthians pede paciência da Fiel, explica entrevista e faz defesa

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Enfrentando momento turbulento, o Corinthians tenta se reerguer e, para isso, conta com o apoio e a paciência da Fiel torcida. Foi isso que pediu Eduardo Ferreira, diretor adjunto de futebol do Corinthians, em entrevista ao LANCE!. O dirigente também comentou sobre a troca no comando da equipe, saiu em defesa do presidente Roberto de Andrade e lembrou que o Timão ainda está próximo do G4 e disputa a Copa do Brasil.

Outro ponto abordado pelo cartola foi a entrevista coletiva que ele concedeu na última quinta-feira, quando negou a possibilidade de demissão de Cristóvão Borges e elogiou o trabalho do treinador, contratado pelo clube há menos de três meses. No sábado, entretanto, a equipe foi derrotada por 2 a 0 pelo Palmeiras na Arena Corinthians e o dirigente concedeu outra entrevista, desta vez explicando ao lado do presidente Roberto de Andrade as razões da queda do técnico. Ao LANCE!, Eduardo Ferreira, então, explicou:

– Tem uma parte da imprensa maldosa falando disso. Me perguntaram em caso de derrota se eu garantiria a permanência dele. Eu disse que não sabia se estaria vivo dois dias depois, que dirá se manteria o técnico. Ali estava dando segurança a jogadores e comissão, dizendo que iríamos fortes ao clássico. Mas não falei que estava garantido até o fim do ano. Houve essa pergunta e eu não garanti – relatou o dirigente corintiano, quatro dias após a “garantia” e dois dias depois da troca de comando técnico.

Cristóvão Borges deixou o Corinthians com 48% de aproveitamento e foi demitido ainda no vestiário da Arena, logo após a derrota contra o Palmeiras. O treinador assumiu o comando do Timão na vaga de Tite, que foi para a Seleção Brasileira, e dirigiu apenas 18 jogos. Ele caiu da quarta para a quinta posição do Brasileirão em seu período no clube e conseguiu um empate em 1 a 1 com o Fluminense, fora de casa, na abertura das oitavas de final da Copa do Brasil – jogo de volta será nesta quarta-feira, às 21h45, já sob o comando de Fábio Carille, efetivado até o fim do ano.

– Sabemos que no futebol o que determina é resultado. Mesmo assim, o Corinthians tem trabalho e filosofia de segurar o treinador até o último instante, até a última gota. A gente não vai pensar na frente em algo negativo. Nós esperamos coisas boas. Ali, naquele momento (da entrevista), a gente queria deixar todo mundo forte internamente e criar um ambiente positivo externo. Você acha que algum dirigente chegaria na véspera do jogo e falaria que se empatar ou perder ia acontecer isso e aquilo? Era momento de confortar a todos, o grupo e o treinador – explicou Eduardo Ferreira, antes de completar, novamente sobre a saída de Cristóvão.

– Vocês veem a parte externa apenas. Torcedores vêm pedindo há um mês ou mais a saída do Cristóvão. Se fosse por pressão, já era para ter tirado ele antes. Mas sabemos como é o dia a dia, como está o trabalho dentro e fora de campo. Ele estava mostrando um bom trabalho, bom relacionamento, bom jeito de lidar – completou.

Confira abaixo a entrevista de Eduardo Ferreira:

SE ARREPENDE DA ENTREVISTA?

Às vezes você tem que pôr a cara a tapa para dar moral para seu técnico, seus jogadores, sua comissão. Fiz o que julgava ser melhor para o Corinthians.

PLANEJAMENTO PARA 2017

Há algumas semanas já estamos trabalhando pensando na próxima temporada, monitorando reforços. O Corinthians não para.

DÁ PARA BRIGAR PELO BRASILEIRÃO E A COPA DO BRASIL?

Com certeza o time vai disputar, como está disputando. A partida de quarta será difícil, como foi lá no Rio de Janeiro, e vamos lutar mais ainda. Também vamos competir no Brasileiro, que é equilibrado e está aberto. Estamos colados no terceiro e no quarto, com dois tropeços deles a gente já encosta e pode passar.

RECADO À FIEL

Nós entendemos a paixão do torcedor, desde que nasci respirei a arquibancada, sei que às vezes até se comete loucuras pelo clube, mas pedimos paciência e compreensão em dois lados, com time e também com o trabalho financeiro que o presidente vem fazendo. O Roberto de Andrade está sendo criticado, mas será lembrado daqui a dois ou três anos, pois está deixando as finanças mais equilibradas para o clube não chegar nos próximos anos e passar vergonha, quem sabe ter que escalar 11 jogadores da base. Estamos em quinto no Brasileiro, disputando a Copa do Brasil. Poxa, dá a impressão de que estamos no rebaixamento ou há cinco anos sem ganhar títulos. Entendo esse lado do torcedor em geral, mas vamos ter essa paciência e compreensão para neste momento estar todo mundo incentivando fora de campo, dando moral!

COMO REERGUER O TIME

Desde cedo estamos trabalhando bastante, fazendo reunião com comissão técnica, funcionários… Estamos fazendo de tudo para nos reerguemos rapidamente e buscar as vitórias novamente.

DÁ PARA BANCAR QUE O CARILLE FICA ATÉ O FIM DO ANO

Nós estamos agora com um trabalho novo, um treinador novo… O pensamento é não é em treinador, nosso foco é o jogo de quarta (contra o Fluminense).

TORCIDA EXIGENTE

Não dá para ter todo ano um time novo brigando lá em cima. Trocaram mais de metade do grupo e nem sempre encaixa como em 2015. Todo mundo se espelha no time do ano passado, mas nem sempre se forma um super time. Aqui não falta trabalho da direção e empenho dos jogadores. Eu e o Alessandro (gerente de futebol) estamos há um ano e nove meses com eliminações, títulos, e jamais houve burburinho de elenco rachado ou problema com funcionários… O clima é positivo internamente, isso é muito importante!

EXCESSO DE LESÕES

Há duas semanas fui conversar com o departamento médico e me apresentaram um gráfico com todas as lesões: musculares, ósseas, traumas… Comparado a setembro do ano passado, o número está até abaixo. É quase um empate técnico, mas está abaixo de 2015. Isso me surpreendeu. Então, não há problema, pelo contrário!

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