PARANÁ, ENTRE RIOS, ARGENTINA – A presidente Dilma Rousseff defendeu a necessidade de aprofundar a integração entre os países do Mercosul na cúpula de chefes de Estado realizada nesta quarta-feira na cidade argentina de Paraná, a 500 quilômetros de Buenos Aires, e aproveitou sua visita à Argentina para reiterar o respaldo do Brasil ao governo da presidente Cristina Kirchner em sua duríssima disputa com os chamados fundos abutres, nos tribunais de Nova York.
— Não podemos aceitar que a ação de um grupo de especuladores prejudique o bem estar de um país — declarou Dilma, que nesta cúpula assumiu a Presidência pro tempore do bloco, por um período de seis meses.
— Não podemos deixar de nos manifestar sobre esse assunto, o Brasil vem reiterando sua posição em vários foros — disse a presidente, que também fez questão de homenagear o presidente do Uruguai, José Mujica, que participa de sua última cúpula do Mercosul, já que terminará seu mandato no próximo mês de março.
— Foi um prazer conhecê-lo e conviver durante todo este tempo… seu legado ultrapassa a América Latina — afirmou Dilma, visivelmente emocionada.
Suas palavras levarão todos os participantes do encontro a ficarem de pé e aplaudirem Mujica durante alguns minutos.
A presidente assegurou que os países do Mercosul devem continuar trabalhando pela integração, em momentos em que o preço das commodities, principalmente o petróleo, estão sofrendo forte queda nos mercados internacionais.
— A questão do petróleo vai atingir todas as economias da região… devemos dobrar a aposta pela integração — frisou Dilma.
A presidente celebrou o fato de vários países tem realizado “vibrantes e disputadas” eleições nos últimos meses:
— Foi uma celebração da democracia.
Durante a presidência pro tempore do Brasil, a presidente disse que será importante “trabalhar ativamente para revitalizar o comércio”. Este ano, o intercâmbio entre os países do Mercosul despencou 20%, em relação a 2013.
— Desde que nasceu o Mercosul, o comércio entre nossos países cresceu 12 vezes — disse Dilma, tentando minimizar a queda dos últimos tempos.
A presidente pediu “um ambiente com regras claras” para recuperar a vitalidade do comércio regional.