Passada larga, cabeça em riste e uma sutileza no toque com a bola que impressionava. O futebol nunca exigiu maior esforço de Alex – ou talvez tenha sido esse o seu segredo, ele sempre pareceu fazer tudo com uma classe que abria todo o campo ao seu redor. O ex-meio-campista deu uma mostra de um pouco disso em seu retorno ao Palestra Itália – agora chamado de Allianz Parque – para a sua partida de despedida neste sábado.
Fora o tradicional show, claro.
De um lado, o Palmeiras de 1999. Do outro, os amigos com quem atuou no Cruzeiro, Flamengo, Fenerbahce e na seleção brasileira.
O resultado? 5 a 3 para os campeões da Libertadores.
No fim, claro, o placar era o que menos importava.
Foi uma linda festa para o craque que atuou entre 1997 e 2000 e entre 2001 e 2002 com a camisa palestrina. Acompanhado de seus filhos, o comentarista dos canais ESPN recebeu placa de homenagem do presidente alviverde Paulo Nobre e ainda contou com uma réplica no gramado da Taça Libertadores de América conquistada em 1999.
Mesmo protagonista da noite, o camisa 10, que se aposentou ao fim da última temporada com o Coritiba, esbanjou a humildade que sempre caracterizou a sua carreira ao ceder a braçadeira de capitão ao tetracampeão mundial Zinho.
O ex-gerente de futebol do Santos foi apenas um dos convidados.
A lista era imensa e contou com Ademir da Guia, Agnaldo Liz, Amoroso, Aristizábal, Athirson, Cléber, Denílson, Djalminha, Edmundo, Euller, Evair, Fabiano, Fábio Costa, Gilberto Silva, Júnior, Júnior Baiano, Galeano, Marcelo Ramos, Marcos, Maurinho, Mozart, Neném, Oséas, Paulo Miranda, Paulo Nunes, Pedrinho, Rivaldo, Roque Júnior, Rubens Júnior, Rüstü, Sérgio, Sorín, Tcheco, Tuncay e Velloso.
No comando dos dois times no banco de reservas, Felipão e Zico.
Os nomes estavam mais do que à altura da ocasião.
Ainda colaborou para o espetáculo a participação do ex-árbitro Sálvio Spinola, também comentarista da ESPN, que percorreu todos os noventa minutos com um microfone que permitiu transmitir ao torcedor todo o clima de descontração em campo.
A princípio, Tuncay, ex-companheiro de Fenerhace de Alex e chamado ironicamente pelos torcedores de ‘Barcos turco’, tentou roubar a cena ao marcar dois golaços – um deles de calcanhar – e adiantar os amigos. Ele teve ao seu lado o compatriota Rustu, goleiro da Turquia em 2002 e adversário naquela Copa do ex-são-paulino Denilson, companheiro neste sábado.
Aristizábal ainda fez mais um para os convidados enquanto Alex, duas vezes, diminuiu para o Palmeiras de 1999 antes da ida para o intervalo.
Na volta dos vestiários do Allianz, a noite palmeirense ficou ainda mais completa com as entradas em campo de três de seus maiores ídolos, Edmundo, Evair e Ademir da Guia.
Definitivamente, uma festa para ser incluída entre os melhores momentos de Alex. Para ser recordada. Para entrar ao seu estilo, de passadas largas, na história.