A Gazeta
Os deputados estaduais de Mato Grosso têm o segundo custo mais alto do país, perdendo apenas para os da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O levantamento realizado pelo jornal Valor Econômico aponta um custo anual de R$ 17,1 milhões por parlamentar mato-grossense.
Os dados levam em consideração o orçamento da Assembleia Legislativa, cerca de R$ 330 milhões para 2015, divido pela quantidade de deputados, 24. O cálculo é o mesmo utilizado pela ONG Transparência Brasil. No Distrito Federal, o custo por parlamentar é de R$ 18,9 milhões ao ano.
Mato Grosso ainda é o terceiro colocado em termos de crescimento desse custo. De 2007 a 2015, o valor subiu de R$ 9,1 milhões por parlamentar para R$ 17,1 milhões, o que corresponde a mais de 87%. Somente as Assembleias de Tocantins (117,6%) e Goiás (99,7%) tiveram uma evolução superior.
O estudo aponta também quanto cada cidadão paga para manter um deputado estadual. Em Mato Grosso, esse valor é de R$ 127 ao ano, cerca de 65,7% mais caro que em 2007, quando o custo era de R$ 76,61. Neste quesito, os parlamentares mato-grossenses são os quintos mais caros do país. Perdem para os de Alagoas (R$ 332), Amapá (R$ 203), Acre (R$ 169) e do Distrito Federal (R$ 159).
Ex-presidente da ALMT, o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) reconhece o custo como alto, mas faz ponderações. Argumenta os investimentos na construção do Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros e do novo estacionamento do Parlamento. Ressalta ainda a decisão judicial que determinou o pagamento da URV para os servidores, valor que consta no orçamento do Legislativo para 2015.
“Também consegui baixar o custo com combustível e fazer o concurso público em que chamamos 168 concursados, eliminando esse mesmo número de cargos de comissão. Agora devemos apertar os cintos e apoiar a nova Mesa Diretora nas medidas de contenção”, pontua, avaliando que a tendência é que o custo seja reduzido gradualmente. “Não vai mais ter esses investimentos e o enxugamento da máquina já começou”, afirma.