Denúncia de venda de apoio a Mauro Mendes para na PF

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Quase dois anos após o escândalo, não se tem notícias do inquérito da Polícia Federal que investigou a suposta venda apoio, em 2008, por parte de um grupo de candidatos derrotados a vereador do PRTB ao empresário e então candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (na época, no PR).

A Polícia Federal está encarregada das investigações, mas não dá nenhuma informação a respeito do assunto. O órgão não revela em que nível está o processo investigatório.

Formalmente, após a conclusão, o inquérito deveria ser enviado ao Ministério Público Eleitoral (MPE), que decide ou não se oferece denúncia ao Judiciário. Estranhamente, no entanto, a PF prefere se calar diante do assunto. Não é possível conhecer nem mesmo o nome do delegado responsável em conduzir as investigações.

O episódio aconteceu no segundo turno das eleições de 2008 e a denúncia partiu da revista Época, das Organizações Globo, que divulgou um vídeo dando conta de uma negociação em torno de R$ 400 mil, envolvendo apoio político.

Pelas imagens, percebe-se que o deputado federal Homero Pereira (PR) e o empresário Mauro Carvalho, então caixa da campanha de Mendes, são apontados como articuladores da negociação.

Promessas do escândalo

De acordo com as denúncias, os 12 membros do PRTB negociaram apoio ao empresário Mauro Mendes, em troca de R$ 400 mil. No entanto, o vídeo divulgado pela revista Época dá conta de que o deputado Homero Pereira se comprometeu em desembolsar R$ 20 mil do próprio bolso, elevando, assim, a proposta para R$ 420 mil.

A negociação ainda teria envolvido a promessa de cargos no Governo do Estado, comandado naquela ocasião pelo republicano Blairo Maggi. Os filiados do PRTB, Paulo Moura, Marcionei Curvo e Fernando Capilé foram presos pela Polícia Civil, logo após a reunião que ocorreu no dia 13 de outubro de 2008.

Todos foram flagrados saindo num jipe Pajero, com envelopes que continham dinheiro e material de propaganda da campanha de Mauro Mendes. Logo depois, foram encaminhados à Polícia Federal, onde prestaram depoimento. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso, porém, seu desfecho é um "mistério".

Há informações de que um dos envolvidos, Fernando Capilé, ganhou cargo após as eleições na Fiemt (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso). A entidade é presidida por Mendes desde 2007, mas ele está licenciado para disputar as eleições ao Governo do Estado.

Então candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes deu entrevistas negando que pagou propina em troca de apoio político. Segundo ele, o episódio foi "uma armação" do seu principal adversário, Wilson Santos (PSDB), uma vez que, no primeiro turno das eleições, o PRTB apoiava a candidatura do tucano.

Expulsão e equívocos

O Diretório Estadual do PRTB expulsou, em março de 2009, 12 filiados acusados de "vender apoio" ao empresário Mauro Mendes. A Comissão de Ética da Executiva Estadual decidiu pela expulsão dos seguintes membros: Jackson Messias de Souza, Marcionei Curvo de Moraes, Marcelo Pires de Souza, Rômulo Augusto Correa da Costa, João Carlos Josetti, José Wagner Coelho, Adalgiso Trindade Dantas, José Pedro Pereira Moura, Fernando Aurélio da Rocha Capilé, Edemir Cláudio Xavier, Gilmar Ferreira da Silva e Fátima Aparecida Jamariquele.

No entanto, o procedimento é alvo de questionamentos. Dos 12, sete foram absolvidos e Edemir Xavier, eleito primeiro suplente do PRTB na Câmara Municipal de Cuiabá, tem parecer favorável da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) e pode voltar ao partido desde que tenha decisão favorável do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O mesmo pedido já foi negado em primeira instância.

Um eventual retorno de Xavier "mela" um acordo do PSDB com o PRTB, que condicionou o apoio a candidatura de Wilson Santos à ida do vereador Néviton Fagundes para a Secretaria de Esportes e Lazer. Conforme Midianews antecipou, a decisão de nomeá-lo partiu dias antes de o tucano renunciar ao cargo de prefeito de Cuiabá numa articulação para enfraquecer a pré-candidatura de Mendes ao Palácio Paiaguás.

Anteriormente, a legenda estava incorporada ao Movimento Mato Grosso Muito Mais. A negociação permitiu a posse do presidente do diretório municipal do partido, Macrean dos Santos, no legislativo Cuiabano. Porém, Macrean é o segundo suplente e assumiu a vaga por conta da expulsão de Xavier.

Coincidências 

Sobrinho do ex-senador Jonas Pinheiro (já falecido) e envolvido na suposta negociação de apoio político envolvendo R$ 400 mil, Jackson Messias ingressou no PSB após ser expulso pelo PRTB. Curiosamente, seu egresso ocorreu no mesmo período da filiação de Mauro Mendes, que decidiu trocar o PR pelo PSB no final de setembro de 2009 para ser candidato ao governo do Estado nas eleições de outubro deste ano.

 

 

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