Defesa de Júnior Mendonça ‘culpa’ Eder e ameaça processar Kharina

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Welington Sabino/ GD


O delator da Operação Ararath, empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, foi ouvido pelo juiz federal Jeferson Schneider da 5ª Vara Federal de Cuiabá e alegou não ter envolvimento com o pagamento de um precatório de cerca de R$ 20 milhões recebido pela Sabóia Construtora. Ele deixou o prédio pelas portas do fundo para não falar com a imprensa, mas seu advogado Hendel Rolim alegou que ele não tem relação com o precatório. Justificou que na verdade, Mendonça recebeu da empresa o valor de R$ 2 milhões por determinação do ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes.

Por sua vez, Eder não confirmou, mas também não negou. Ambos foram até a Justiça Federal nesta sexta-feira (6) para participarem da audiência de um processo que diz respeito ao envolvimento da empresa do empresário José Geraldo de Sabóia Campos, 78, que também chegou a ser réu no 4º processo que tramita na Justiça Federal de Mato Grosso em decorrência da Operação Ararath, mas teve a ação penal arquivada. Somente Eder continua réu no processo. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aponta Sabóia recebeu irregularmente R$ 20 milhões em precatórios na gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR).

Nas poucas palavras que o advogado de Júnior Mendonça disse à imprensa, sustentou que a única relação de seu cliente com o a Sabóia Construtora foi o recebimento do valor de R$ 2 milhões que Eder pediu que ele fosse lá buscar. Huendel Rolim também aproveitou para desqualificar as denúncias da colunista social, Kharina Nogueira, que afirmou em entrevista, também na Justiça Federal, que seu ex-marido (Júnior Mendonça) continua operando o esquema de empréstimos clandestinos por meio de factorings.

Foram depoimentos de Kharina que motivaram as investigações do MPF e da Polícia Federal (PF) que desencadearam a Operação Ararath deflagrada em etapas sendo que encontra-se em sua 6ª fase. Ela detalhou todo o esquema comandado por seu ex-marido e citou nomes de empresários e políticos que recorriam a ele para emprestar dinheiro a fim de pagar campanhas eleitorais e outras negociações escusas como a compra de uma cadeira de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O advogado afirmou que seu cliente está processando a colunista social por calúnia, injúria e difamação e não descarta ingressar com novas ações contra ela devido aos depoimentos dados nesta sexta-feira afirmando que Mendonça continua operando o “esquema”. “Essa senhora está sendo processada por nós e aguardamos, inclusive, que ela compareça às ações pra responder a todas as imputações que estamos fazendo à ela”.

Moraes foi questionado sobre sua intermediação junto à construtora para liberar os R$ 2 milhões a Júnior Mendonça e preferiu desconversar sobre o assunto. “Boca e descarga todo mundo tem, ou fala e não se consome ou fala aquilo que pensa. Eu tenho a consciência limpa, tranquila. Não vou entrar nesse jogo da acusação de um delator que fez uma delação premeditada, combinada, selecionando alvos, mentindo para a Justiça Federal, sobretudo. E o que é pior, dentro desse contexto todo, omitindo dados. Então, é difícil falar quando uma acusação está tão corrompida na sua base na formulação dos seus questionamentos”, alegou Moraes.

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