Renan Marcel/ GD
As empresas responsáveis pelas obras do Veículo Leves sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande desmentiram as informações divulgadas pela Controladoria-geral do Estado após auditoria nos contratos e obras. O governo havia afirmado que foram pagos R$ 200 milhões por serviços ainda não realizados. Por meio de nota, no entanto, o consórcio do VLT negou a afirmação. Conforme a publicação, a quantia exata paga até o momento foi R$ 1,066 bilhão.
Desse montante, R$ 488 milhões teriam sido utilizados para a aquisição de trens (vagões), R$ 21 milhões destinados à elaboração de projetos básicos e executivo, R$ 167 milhões para instalação de softwares do funcionamento do modal e outros R$ 388 milhões para a execução de obras físicas de engenharia.
“A afirmação de que o Consórcio teria recebido R$ 200 milhões a mais pela execução das obras não procede, sendo que todos os valores recebidos pelo Consórcio têm origem em medições de serviços e fornecimentos elaborados e aprovados conforme procedimento previsto no contrato”, afirma trecho da nota publicada no jornal A Gazeta deste domigo (8).
O Consórcio ainda afirma estar à disposição para esclarecer questionamentos referentes às obras e ao contrato. Também afimra que a conclusão da implantação do modal depende da “união de esforços para encontrar soluções” frente aos “enorme desafios”.
Na quinta-feira (5), o governo do Estado informou que vai notificar o Consórcio para que finalize a obra e corrija os problemas levantados durante a auditoria. Também afirmou que o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), e o ex-secretário da extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, tinham conhecimento das irregularidades na implantação do novo modal.
O consenso entre ambos, governo e consórcio, está sendo articulado pela administração estadual para dar seguimento à implantação do modal, caso seja comprovada a viabilidade compensatória de fazê-lo. Segundo o procurador-geral do Estado, Patrick Ayala, um sinal positivo já foi dado e as empresas devem apresentar nos próximos dias um plano de ações, com previsão de cronograma e projetos executivos novos e com qualidade comprovada, podendo então dar continuidade na implantação.
Dados relativos à evolução financeira do contrato entre o governo de Mato Grosso e o Consórcio do VLT serão apresentados pela Controladoria-Geral somente em abril, quando a comissão criada pelo governador Pedro Taques (PDT) concluir a auditoria nos documentos referentes à implantação do modal em Cuiabá e Várzea Grande.