Defesa de Arcanjo alega que prisão foi armação

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Marianna Marimon/GD

O advogado de defesa do Comendador, João Arcanjo Ribeiro, Zaid Arbid, fez a sustentação oral durante julgamento nesta quinta-feira (24), e classificou como “armação” a prisão de Arcanjo, que está preso há 10 anos. Para o advogado, não há provas que condenem Arcanjo como o mandante do assassinato do empresário Sávio Brandão.

“Tentei buscar na mitologia grega e no folclore brasileiro e não encontrei nenhuma imagem igual a que foi construída nesse processo. Nos folclores se acha até mula sem cabeça, mas nesse processo, tem uma cabeça sem pescoço”, disse.

Zaid afirma que “este processo tem uma cabeça, mas falta o pescoço”, disse ele, referindo-se que no processo existe um executor, mas não existe um mandante, porque, segundo ele, Arcanjo é inocente.

“Agora vem o Ministério Público (MP) dizer que a defesa negou, insistiu e foi leviana em querer depois de quatro depoimentos de Hércules e Agostinho em arrolados como testemunhas?”, indignou-se ao responder em seguida que essa foi a saída encontrada para ir em busca de verdade e enfrentar os argumentos do MP.

O advogado também garantiu que não intimou Hércules à ir ao seu escritório, e sim diante do juiz. “Porque o MP não o trouxe aqui para dizer? Porque tem medo da verdade, e o que vamos dizer aqui é somente a verdade”, explicou.

Em defesa de Arcanjo, Zaid disse que no primeiro depoimento prestado por Hércules, o cabo que executou Sávio, “não sabia de nada”. “Digilência espuria malvada, feita lá em machadinho contra família de Hércules para que entregassem ele”, citou.

Ao prosseguir, Zaid garante que que Arcanjo está preso há 10 anos por armação, barganha, negociata. “A família de Sávio merece a verdade. Trouxe outros elementos, mas o MP não quis ir em busca da verdade, como os madereiros do nortão e dos presidiários do Ceará que ligavam na Folha do Estado”, argumentou.

“A cabeça dele foi decaptada, retirada dele no dia 2 de dezembro de 2002 quando a imprensa o condenou”, argumento ele. “Tudo é armação, tudo é encenação. O pescoço faltante é as faltas de provas contra o João Arcanjo Ribeiro”, sustenta a defesa.

“Só existem delírios acusatórios. E mesmo assim atribuíram a paternidade do crime a ele [Arcanjo]”. O advogado também alega que a imprensa, vários veículos, jornais e TV condenaram Arcanjo lá atrás há 10 anos, mesmo sem provas. Depois disso, só precisava oficializar essa condenação, por isso, 9 meses depois judicializou o fato e criou-se um inquérito fantasioso e mentiroso.

O advogado também garante que Hércules e Célio mentiram e foram acuados a fazer isso. Familiares de Hércules foram torturados em Machadinho (Rondônia) para entregarem ele à Polícia Civil.

A defesa também acusa o MP de negociar com Hércules pra condenar Arcanjo, pois o réu Arcanjo estava preso e nem tinha capacidade pra se unir ao condenado Hércules Agostinho pra e negociar a morte de Sávio Brandão.

“É a promotoria que tem especialidade em negociar com o Hercules É o Ministério Público fez essa negociata e não o João Arcanjo que foi vítima de uma armação”, alega. “Estamos tratando da liberdade de um homem, do destino de dois famílias”, segue sutentando Arbid.

O advogado também apelou aos jurados, para analisarem as provas dos autos, que segundo ele, não ligam Arcanjo ao crime, pois têm a soberania e a não vinculação deles a processos anterior, outros onde Arcanjo já tem condenação. “Nos outros processos eles não são partes então precisam ficar atentos para não serem influenciados na hora de proferir a decisão de condenar ou não o réu João Arcanjo”, alegou.

“Não estamos julgando Arcanjo pelo processo da operação Arca de Noé, pois isso compete à Justiça Federal. Estamos aqui o julgando como suposto mandante do assassinato de Sávio Brandão”, enfatizou o jurista.

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