- Foto por Alberto Martin – 17.mai.2010/AFP
O que já é dado como certo é a assinatura de um tratado comercial entre a União Europeia (UE) com a Colômbia e o Peru.
Em artigo publicado nesta semana, a influente revista britânica The Economist lembra que o primeiro encontro ALC-UE, em 1999, acordou uma "parceria estratégica" com 55 "prioridades", que iam de direitos humanos a turismo. A publicação diz que muito pouco do que foi acertado saiu do papel. Para a revista, uma das poucas mudanças deste para os encontros anteriores se refere ao Brasil, que senta à mesa de negociação com um peso diplomático bem maior.
O presidente Lula deve estar no centro das atenções em Madri. Ironicamente, não será nenhum assunto latino-americano que lhe dará destaque, mas sim o acordo nuclear assinado entre Brasil, Irã e Turquia nesta segunda-feira (17) em Teerã.
Honduras provoca polêmica no encontro
Embora não esteja oficialmente na agenda, a questão de Honduras deve ser discutida entre os líderes presentes à cúpula.
O presidente Porfírio Lobo chegou a ser convidado pelo governo espanhol, que organiza o encontro, mas acabou desistindo de ir à cúpula depois que vários países latino-americanos, inclusive o Brasil, ameaçaram boicotar a reunião, uma vez que não reconhecem o governo de Honduras. Lobo foi eleito em novembro de 2009, em eleições organizadas pelo governo golpista de Roberto Micheletti.
Economia deve dominar cúpula
Embora a reunião ALC-UE tenha começado nesta terça-feira, um encontro separado entre a UE e o Mercosul já ocorreu nesta segunda-feira (17). Os representantes europeus, bem como o presidente Lula, a argentina Cristina Kirchner e líderes de Uruguai, Paraguai e Venezuela retomaram as negociações para um tratado de livre comércio entre o bloco europeu e o sul-americano.
As exportações do Mercosul à União Europeia atingiram, em média, R$ 100 bilhões (US$ 55 bilhões), de 2006 a 2008. Os países do bloco europeu são também os principais investidores diretos na região do Mercosul. Qualquer negociação para um tratado, no entanto, corre o risco de naufragar, uma vez que os próprios sócios do Mercosul tomem medidas que vão contra as orientações do bloco.
A crise grega também deve entrar em pauta. O alto nível de endividamento da Grécia, assim como o risco de "contaminação" por parte de Portugal, Irlanda, Espanha e Itália ameaçam a estabilidade do euro, a moeda única europeia.