Após sucessivas tentativas de negociação, os Correios
anunciaram que aguardam decisão judicial sobre a greve para normalizar as
atividades operacionais. Segundo nota divulgada pela empresa, as negociações
estavam sendo feitas desde julho, e visavam preservar a saúde financeira da
estatal com cortes de privilégios e “adequação à realidade do país”. O julgamento da
ação de dissídio coletivo está marcado para a próxima segunda-feira (21).
Em comunicado, os Correios afirmam que os termos
exigidos pelos funcionários para a retomada regular das atividades põem em
risco a economia que vinha sendo aplicada. A empresa registra prejuízo
acumulado de R$ 2,4 bilhões e esperava economizar cerca de R$ 800 milhões ao
ano. Segundo a estatal, esse valor, em três anos, cobriria o déficit financeiro
atual.
“É evidente, portanto, que não há margem para propostas
incompatíveis com a situação econômica atual da instituição e do país, o que
exclui de qualquer negociação a possibilidade de conceder reajustes”, registra
a nota.
A empresa lamenta ainda o contexto da pandemia, e afirma que
a explosão do e-commerce – o comércio eletrônico, que depende
exclusivamente do serviço de transporte e logística para a entrega de
mercadorias, – seria uma forma de “alavancar o negócio em um dos poucos setores
com capacidade para crescer neste período.”
Greve
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
dos Correios e Similares (Fentect), parte dos trabalhadores decidiu cruzar os
braços em protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela
manutenção de benefícios trabalhistas. Os funcionários pedem ainda reajustes
salariais.
Agência Brasil