Nesta segunda-feira (15), comemora-se o Dia Nacional do Homem e, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil está entre os dez países com o maior índice de mortes por doenças cardiovasculares, sendo os homens a maioria das vítimas.
O cardiologista Allyson Nakamoto, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, atribui baixo índice de testosterona e apneia do sono como alguns dos fatores que contribuem para o aumento dos casos de doenças cardiovasculares entre o público masculino.
— Homens com níveis baixos do hormônio apresentam maior incidência de infarto e angina.
A apneia do sono, doença que acomete principalmente homens, altera o padrão do sono, acarretando aumento da pressão arterial, alterações metabólicas e arritmias cardíacas.
— A prática de atividade física regular aliada à alimentação saudável faz parte da fórmula para driblar esses problemas. Porém, eles são intrínsecos com a chegada da idade.
Os maus hábitos são os principais desencadeadores dos problemas do coração. Além disso, homens com histórico de hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade devem redobrar a atenção com a saúde.
Segundo o médico, as principais consequências da doença cardiovascular podem variar de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) até infarto do miocárdio, levando, em alguns casos, à morte.
De olho na próstata
Não é apenas a barriga que costuma aumentar com o decorrer do tempo. A partir dos 50 anos, o crescimento da próstata torna-se bastante comum entre os homens. Esta pequena glândula, responsável pela produção do espermatozoide, aumenta de tamanho com o passar dos anos e obstrui parcial ou totalmente a uretra.
Chamada de hiperplasia prostática, a doença começa silenciosa, mas com o tempo pode causar dor e a sensação de que a bexiga nunca se esvazia, o que prejudica a rotina e qualidade de vida do homem, que precisa ir ao banheiro várias vezes ao dia, explica o urologista Sandro Faria, do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Vera Cruz.
— Ele não consegue participar de uma reunião, dormir a noite toda, ir ao cinema ou viajar. Casos graves levam o homem à retenção ou incontinência urinária ou até insuficiência renal.
De acordo com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), 70% dos homens com mais de 50 anos vão sofrer com a próstata aumentada. O especialista acrescenta que a chance de o homem apresentar hiperplasia benigna dobra a cada década e algumas condições favorecem o crescimento da próstata, entre elas fatores genéticos, diabetes, obesidade e tabagismo.
O diagnóstico é feito pela história clínica e toque retal, mas segundo Faria a hiperplasia benigna ainda é uma doença negligenciada.
— Há muitos casos de subdiagnóstico. Não temos dados estatísticos no Brasil, mas estima-se que, de seis milhões de pessoas que precisariam receber atenção ao problema, apenas 300 mil estão em tratamento.
O médico explica que casos mais leves são tratados com medicamento, mas 30% dos pacientes precisam de cirurgia para reduzir o tamanho da próstata. No entanto, Faria garante que o crescimento da próstata não evolui para o câncer.
Para prevenir a doença, o urologista orienta ter uma vida saudável, com alimentação equilibrada e sem cigarro. Além disso, ele recomenda fazer checkup após os 40 anos.