Welington Sabino/GD
(Atualizada às 19h15) Pelo menos 14 menores infratores do Centro Socieducativo de Cuiabá, no Complexo do Pomeri, participaram de um motim na tarde desta quarta-feira (11), onde queimaram colchões dentro da unidade e utilizando chuços, que são armas artesanais improvisadas com pedaços de ferro, fizeram 2 colegas reféns. Também agrediram 2 agentes socieducativos que acabaram feridos no rosto, alvejados por pedradas. Um dos adolescentes envolvidos também se feriu com um chuço. Ele sofreu pequenos cortes nas mãos porque não queria entregar a arma e será medicado numa unidade de saúde da Capital.
Os 2 agentes, 1 homem que sofreu cortes no rosto e 1 mulher que também foi atingida no rosto resultando em hematomas e inchaço, vão passar por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal. O presidente do Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado, Paulo César de Souza, disse que ao Gazeta Digital que o sindicato vai registrar um boletim de ocorrência na Polícia contra o Estado e contra a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) por omissão. Depois, a assessoria jurídica do sindicato vai ingressar com uma ação coletiva na Justiça.
Informações levantadas pelo GD junto ao Batalhão de Guarda, apontam que os adolescentes reivindicavam mudanças internas para que alguns deles fossem transferidos para outras alas, mas como os pedidos foram atendidos pela diretoria, uma vez que eles estariam punidos por outras indisciplinas, se rebelaram e promoveram o motim. A confusão começou no bloco de internação 1 por volta das 17h e demorou pelo menos 30 minutos para ser controlada.
Eles amontoaram colchões na área de uso comum entre eles e atearam fogo. A fumaça invadiu as celas e foi necessária a intervenção rápida das equipes do Batalhão de Guarda. Com auxílio de mangueiras e água, conseguiram apagar o fogo e depois de alguns minutos também conseguiram eliminar a fumaça de dentro das celas.
Com o fogo controlado, os menores foram levados de volta para as celas. De acordo com as informações preliminares do Batalhão de Guardas, os agentes socieoducativos teriam sido atingidos por pedras jogados pelos infratores. As pedras usadas para jogar contra os agentes são retiradas de restos de um pavilhão que começou a ser derrubado e não foi concluído.
Devido as agressões sofridas pelos agentes socieducativos, o presidente do sindicato da categoria, Paulo Souza promete acinoar o Estado na Justiça por omissão. “O socieducativo está impossível de , estamos reivindicando melhorias e o governo só promete. A gente avisa que isso aqui é uma bomba que pode estourar a qualquer momento, mas nunca somos levados a sério. Depois que o pior acontecem o governo fala em tomar providências”, desabafa o sindicalista.
Ele lembrou que na semana passada, chegaram aprovar em assembleia, uma greve de 30 dias, mas o governo conversou, fez promessas e decidiram aguardar mais um pouco para não prejudicar a Copa. “Agora já não sei se fizemos o certo ao suspender a greve anunciada”, destaca ele.
Outro lado: As ligações efetuadas pela reportagem para a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) não foram atendidas.