Cirurgião boliviano vem a MT em busca de clientes em potencial

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Um cirurgião plástico boliviano percorre o Brasil, começando por cidades mato-grossenses, para atrair mais pacientes. Além de praticar preços até 70% inferiores aos locais, ele acaba de firmar parceria com uma empresa de turismo para facilitar o transporte de clientes para o país vizinho.

O médico Carlos Lino, 55 anos, especialista em cirurgia plástica pela Escola Paulista de Cirurgia Plástica, passou a última semana em Cuiabá, onde fez palestras para pacientes em potencial, e ontem seguiu para Rondonópolis, onde promove encontros similares.

Curtindo "férias com marketing", como definiu sua viagem ao Brasil, Lino programou "passeios" também para cidades do Acre e Rondônia, os dois estados que integram sua lista de pacientes.

Na profissão há 25 anos, o cirurgia plástico conta que há quase quatro anos opera uma média de 30 brasileiras ao mês. Deste total, 80% são de Mato Grosso, com Cuiabá liderando o ranking. Ele diz que também recebe pacientes de estados como São Paulo, Paraná e Bahia.

É fácil entender o que leva tantas mulheres a percorrer pouco mais de 310 quilômetros por terra, de ônibus ou carro, para chegar a San Matias, na fronteira com o Brasil, por Cáceres), passar mais duas horas no avião para Santa Cruz de La Sierra, onde o cirurgião opera.

Resposta óbvia: a busca do corpo perfeito por preços tão menores que chegam a surpreender. Na Bolívia, por um procedimento duplo, que seria a lipoescultura e o implante de silicone, Lino cobra R$ 5 mil, incluindo os valores das próteses mamárias, que no Brasil costuma ser cobrado separadamente.

Ele diz que há cirurgiões bolivianos que cobram menos ainda, "mas não seriam tão bons, nem têm a experiência dele", como afirma. Aqui, este tipo de cirurgia sairia em torno de R$ 12 mil.

A diferença ocorre por diversos fatores, citados pelo próprio médico, a começar pela moeda. Um boliviano, moeda oficial do país dele, vale 25 centavos de Real, ou seja, quatro vezes menos. Já com um dólar é possível comprar sete bolivianos.

Cirurgião versátil, Carlos Lino diz que dentro da plástica faz praticamente de tudo. "Lipo", abdômen, face, silicone na mama, nas nádegas, na panturrilha e outras. Ele também avalia e orienta as pacientes via internet, em conversas que abordam, por exemplo, condições de saúde e o resultado de exames de preparação para a cirurgia.

O cirurgião diz que pratica medicina segura tanto do lado profissional, com sua experiência de mais de 12 mil plásticas feitas e atualização constante, quanto pela estrutura hospitalar.

 

Carlos Lino conta que tem sua própria equipe, formada por cardiologista, anestesistas e auxiliares, e mantém convênio com duas clínicas de grande porte, equipadas inclusive com unidades de terapia intensiva. "A Bolívia tem boas clínicas", reforça.

Portfólio e site são oferecidos

Além de um site (www.doclino.com), Carlos Lino fez um portfólio, escrito em castelhano e português, onde apresenta seu currículo, modelos com corpos perfeitos, detalha as cirurgias que faz e indica os hotéis bolivianos onde as brasileiras costumam ficar.

Nos seis hotéis citados por ele, as pacientes podem contratar serviços de assistência para os primeiros três ou quatro dias do pós-operatório. Este, por sinal, é o tempo mínimo de repouso total recomendado àquelas que operam com ele.

Entretanto, diz Carlos Lino, há mulheres que no período da cirurgia saem às compras nas lojas de Santa Cruz de La Sierra, atraídas pelos preços baixos. Foi por causa disso, e para facilitar a viagem, evitando a espera em aeroportos, que fechou convênio com a MT Turismo, uma empresa mato-grossense.

A partir de agora, a empresa transportará as pacientes de ônibus até San Matias e em avião fretados até Santa Cruz. E, ainda dará o apoio nas compras no país vizinho.

Para quem estiver pensando em ir fazer plástica na Bolívia, é importante saber ainda que o cirurgião não aceita cheque, cartões de crédito ou de débito. O pagamento dele é à vista, em dinheiro, ou por transferência pela agência do Banco do Brasil de Santa Cruz.

Em Cuiabá, a presidente do Conselho Regional de Medicina, Dalva Alves das Neves, diz que não há nenhum impedimento para Carlos Lino vir ao Brasil proferir palestras. O que não poderia era atuar fazendo cirurgias aqui, por falta de registro brasileiro.

 

 

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