Caos e violência devem marcar a última semana da Copa das Confederações

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Manifestação em Belo Horizonte ocorrerá no dia da semifinal entre Brasil e Uruguai


AFP

A Copa das Confederações, realizada no Brasil e considerada um ensaio geral para a Copa do Mundo, foi ofuscada pelas manifestações que aconteceram pelo País nas últimas semanas e os protestos contra corrupção, má qualidade dos transportes públicos e contra a própria realização da maior competição de futebol. Foi registrada uma onda de violência na porta dos estádios.

Apesar de Jêrome Valcke, secretário-geral da Fifa, ter afirmado que a Copa das Confederações vai “muito bem”, os confrontos entre polícia e manifestantes se intensificaram no último sábado (22), na partida entre Japão e México em Belo Horizonte, aumentando a apreensão para a sequência do torneio.

Brasil e Uruguai fazem uma das semifinais da competição, na próxima quarta-feira (26), no Mineirão, em Belo Horizonte e a Polícia do Estado já se prepara para um confronto ainda maior com os manifestantes. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, chegou a cancelar a ida a um evento na capital mineira no mesmo dia do jogo, data na qual está marcada a próxima manifestação.

Na partida entre Japão e México, que não valia nada já que os dois times estavam desclassificados, milhares de pessoas chegaram aos arredores do Mineirão e foram reprimidas pela força das balas de borracha e bombas de gás da Polícia.

Praticamente todos os jogos disputados da Copa das Confederações, que termina no próximo domingo (30), relataram o apelo dos manifestantes em prol de melhorias pelo País. Também criticaram os gastos excessivos com os eventos esportivos que serão realizados no país e os policiais.  eles precisaram limitar a atuação dos protestantes que se dispuseram a ultrapassar o limite de segurança determinado pela Fifa no entorno de um estádio.

Alguns jogadores e membros das seleções chegaram a opinar e apoiar as manifestações, apesar da circulação de notícias de que alguns atletas internacionais estariam com medo de vir ou ficar no Brasil durante as competições.

Prandelli revela medo, mas descarta hipótese de Itália deixar Copa das Confederações

Mesmo com a violência instaurada no País nos últimos dias, a Fifa descarta a hipótese de que a Copa do Mundo não será realizada no Brasil – mas existe a preocupação pela segurança às 32 seleções que vão participar do torneio e aos 600 mil turistas que estão sendo esperados.

Valcke: “Não estamos ganhando dinheiro para circular em carrões”

A garantia passa por uma reformulação no plano de segurança brasileiro para o evento e conta até com uma possível ajuda do Exército nacional para a manutenção da ordem. O problema é que este “novo plano” deixará a Copa ainda mais cara, em cima de um gasto que já passa de R$ 28 bilhões.

Gastos com a Copa têm novo estouro de R$ 2,2 bilhões com estádios e aeroportos

Em pronunciamento feito em rede nacional, a presidente Dilma Rousseff pediu para que o povo tenha respeito pelos atletas estrangeiros e pelos turistas. Uma semana antes, Dilma foi vaiada por todo o estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Em coletiva realizada nesta segunda-feira (24), o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo fez um balanço da Copa das Confederações, que tem boas médias de público e de gols, e fez questão de ressaltar a regularidade nos prazos de entrega das obras de melhoria:

— Não houve nada que colocasse em risco a organização da Copa das Confederações. A organização e o trabalho, entregues nos dias que antecederam a Copa, algumas vezes antes dos jogos, foram incríveis. A força de trabalho aqui no Brasil é incrível – ok, muitas vezes no último minuto – infraestrutura, estádios e instalações. Foi um desafio, mas o desafio foi bem.

Espanha e Itália fazem a outra semifinal da competição, na quinta-feira (27), no estádio Castelão, em Fortaleza. Os vencedores das duas partidas jogam no Maracanã, no domingo (30), pelo título. Os perdedores disputam o terceiro lugar, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

 

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