Campeão do mundo pelo São Paulo jogará na várzea com R$ 100 de “bicho”

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Os campos de terra da várzea paulistana ganharam um nome de peso para a temporada de 2012. O atacante Macedo, ex-São Paulo e Santos, irá disputar a Copa Kaiser, torneio mais tradicional do futebol amador da cidade, pelo time Líder Madeira, cuja sede fica no bairro do Brás. Aos 42 anos, o ex-profissional afirma que tem fôlego de sobra para correr atrás da garotada.

– O dono do time me viu jogando uma partida beneficente e viu que eu estou bem fisicamente, correndo bem. Marquei dois gols. Aí aceitei, pela amizade. Nunca participei deste torneio, será minha primeira vez.

O dono do time é Gil, que também é proprietário da madeireira que financia a equipe. De acordo com ele, Macedo não terá privilégios no elenco. Isso significa que ele irá receber o mesmo que o restante do time: R$ 100 por vitória, R$ 50 por empate e nada caso seja derrotado. É comum equipes da várzea serem remuneradas por empresas que estampam seus nomes nas camisas. Geralmente, o presidente da firma é também técnico, como é o caso de Gil, que brinca com o assunto.

– Sou o único técnico que não cai, porque sou dono da empresa, presidente do time, diretor e técnico. Caem os jogadores. Até o Macedo pode cair, menos eu.

Macedo afirma que embora seja estreante na competição, o nervosismo não o abala como nos tempos em que via na beirada do campo Telê Santana ou Vanderlei Luxemburgo lhe dando ordens. Porém, deixa bem claro que vestirá a camisa do novo time para ganhar.

– Eu levo como uma pelada. Jogar futebol está no sangue. A gente joga sempre para ganhar, claro. Mas é um jogo normal. É legal estar mantendo a forma, praticando o esporte. É bom para saúde e também pela convivência com os amigos, o churrasco depois do jogo.

Apesar do respeito que os adversários demonstram quando se deparam com um ex-profissional famoso, a lei da várzea é bem clara: dentro de campo, ninguém afina. Para encarar as travas de chuteira dos zagueiros amadores, é preciso coragem e, se possível, experiência para se esquivar das jogadas mais ríspidas. Macedo sabe bem disso.

– Eles respeitam, tiram foto. Mas dentro do campo acabou, aí o bicho pega.

O ex-são paulino já tem experiência em torneios amadores, pois disputou uma competição semelhante em Bragança, onde se sagrou campeão. Sua equipe não vencia há 21 anos e ele ficou emocionado com a comemoração. Embora admita que o nível técnico é muito diferente do profissional, a garra se sobressai.

– O nível técnico é diferente sim, mas eles têm muita adrenalina. Ganhar um amador para eles é como ganhar a Libertadores. Joguei lá em Bragança e fiquei admirado com a garra.

Ao ser informado pela reportagem do R7 que muitos dos campos em que ocorrem os jogos do campeonato são de terra, Macedo se surpreendeu, e não foi positivamente. Após uma pausa, ele declarou que isso “dificulta” um pouco as coisas e reviu seu conceito sobre correr tanto quanto seus companheiros.

– Eu não sabia que tinha campo de terra. Mas não tem erro. Vou usar mais minha inteligência, posicionamento. Deixa os meninos correrem e eles só colocam a bola para eu fazer o gol.
 

O time de Macedo estreia na Copa Kaiser em março, quando se inicia a fase de grupos da competição. Antes, eles irão disputar um jogo-treino no próximo dia 25, ainda com adversário a ser definido, para começar a entrosar a equipe.

Macedo foi campeão Brasileiro, da Libertadores e Mundial com o São Paulo em 1992. Ele também jogou pelo Santos em 1994 e depois rodou por times do interior paulista, como Ponte Preta e Rio Branco. Atualmente, quer entrar no lucrativo ramo de empresariar jogadores, já que muito do que ganhou como jogador acabou gastando.

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