O Ministério da Saúde está acompanhando os diversos estudos para desenvolvimento de uma vacina contra Covid-19 pelo mundo e terá interesse em adquirir a primeira que ficar disponível para a população com segurança e eficácia comprovadas, independentemente do acordo já firmado com o laboratório britânico AstraZeneca, afirmou nesta quarta-feira o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
“O Ministério da Saúde terá interesse em adquirir a primeira vacina que ficar disponível para a população, desde que essa vacina tenha a eficácia comprovada. O ministério tem total interesse em adquirir qualquer vacina, desde que seja com sua eficácia comprovada”, disse o secretário em entrevista coletiva no ministério, transmitida ao vivo pela internet.
Segundo o secretário, a candidata a vacina da AstraZeneca parece ser a que está em estágio “mais avançado em seus estudos” dentre todas as candidatas. Ele acrescentou que o ministério está em constante contato com a AstraZeneca sobre dados dos testes com a possível vacina e acompanhando a evolução do ensaio clínico da Fase 3 –a última antes do pedido de registro– que está ocorrendo no Brasil e em outros países.
O governo brasileiro assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca para adquirir até 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório com a Universidade de Oxford, além de assegurar a transferência da tecnologia para uma posterior produção local, com investimento total de 1,9 bilhão de reais.
Simultaneamente, o governo de São Paulo firmou acordo com a empresa chinesa Sinovac Biotech para teste e desenvolvimento de uma outra possível vacina, enquanto candidatas a vacina da também chinesa Sinopharm e da parceria entre Pfizer e BioNTech também serão testadas no Brasil.
O Ministério da Saúde também já afirmou que negocia a possível compra da vacina em desenvolvimento pelo laboratório norte-americano Moderna.
No caso do acordo brasileiro com a AstraZeneca, existe a previsão do Ministério da Saúde de produção local da vacina ainda no primeiro semestre de 2021 –o que foi colocado em dúvida por especialistas ouvidos pela Reuters devido à complexidade do processo de transferência de tecnologia.