Dos 25 países que possuem o maior número de pessoas vivendo com HIV, o Brasil é o que mais conseguiu prolongar a vida dos pacientes por meio do tratamento. De acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (23) pelo Unaids (Programa das Nações Unidas para HIV/Aids), os pacientes brasileiros tiveram uma sobrevida de 1,2 milhão de anos entre 1996 e 2009.
A sobrevida mede a quantidade de anos que um paciente consegue sobreviver após iniciar o tratamento – no caso da Aids, a terapia é feita com os medicamentos antirretrovirais. Esses remédios impedem a multiplicação do HIV e diminuem a quantidade do vírus no organismo. Com isso, a defesa do corpo melhora e o portador corre menos riscos de desenvolver outras doenças.
Segundo os dados do Unaids, os pacientes do mundo todo ganharam 14,4 milhões de anos de vida entre 1996 e 2009 – desse total, o Brasil foi responsável por 1,215 milhão de anos, ou 8,3%.
Para o órgão da ONU, o Brasil consegue alcançar esse bom resultado por causa da política de oferecer os remédios para todos os pacientes portadores do vírus. No Brasil, o acesso universal e gratuito ao tratamento para o HIV, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), é definido por lei desde 1996. Dados do governo indicam que a compra desses remédios custa cerca de R$ 1 bilhão por ano.
De acordo com o documento do Unaids, o país possui entre 460 mil e 810 mil pessoas vivendo com o vírus. Desse total, pelo menos metade tem acesso ao tratamento.
“Campeões da Aids”
Além do Brasil, o Unaids divulgou os dados relativos à sobrevida dos pacientes que vivem nos 25 países que mais possuem portadores do HIV.
Os países com maior número de pessoas com Aids são África do Sul (5,6 milhões), Nigéria (3,3 milhões) e Índia (2,4 milhões). O número de anos conquistados após a terapia, no entanto, foi menor que no Brasil.
Na África do Sul, a sobrevida estimada para o período 1996 e 2009 foi de 707 mil anos – ficando apenas atrás do Brasil. Na Nigéria, a sobrevida alcançada foi de 316 mil anos, enquanto que na Índia chegou a 233 mil.