Pouco mais de três meses após o início da campanha de vacinação contra a influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, o Brasil cumpriu nesta terça-feira (15) a meta de imunizar 80% dos brasileiros que fazem parte dos grupos prioritários.
Por volta das 11h30, o Sistema de Informação do PNI (Programa Nacional de Imunizações), ligado ao Ministério da Saúde, indicou que mais de 80 milhões de pessoas foram vacinadas contra a doença, o que representa 80% do público-alvo ou 43,4% de toda a população brasileira. Esse sistema de dados, apelidado de "vacinômetro", registra as informações sobre a campanha enviadas ao ministério pelas secretarias estaduais e municipais de saúde.
A estratégia nacional de vacinação contra a gripe A priorizou os grupos que foram mais afetados pela doença em 2009, quando foram registrados 48.978 casos no Brasil, com 2.051 mortes.
O objetivo da vacina é diminuir a circulação do vírus, pois, quanto mais pessoas imunizadas, menor a possibilidade de o vírus atingir a população.
Quando analisados separadamente, os grupos que ainda não atingiram a meta foram as gestantes, com 72% de imunizadas, os adultos entre 30 e 39 anos, com 68%, além das crianças entre dois a quatro anos, com 37%.
No entanto, segundo o ministério, as pessoas que foram vacinadas e registradas em um grupo prioritário, mas que também fazem parte de outro, (como, por exemplo, uma gestante de 25 anos) aparecem nas estatísticas de somente um desses grupos.
Brasil é o quinto país que mais vacinou nas Américas
Nas Américas, apenas Argentina, México, Equador e Cuba registram índices de vacinação maior do que a do Brasil, levando em conta o número de pessoas que compõem o público-alvo da campanha e tomaram a dose.
Esses países, no entanto, têm uma população menor que a brasileira, o que faz com que, em números absolutos, o Brasil tenha vacinado mais pessoas em todo o continente.
Dados da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), atualizados até o último dia 11, indicam que a Argentina, por exemplo, vacinou 95,2% do público-alvo, o que representa 5,2 milhões de pessoas. Já no México, país onde a doença apareceu primeiro, no ano passado, o índice de vacinação chega a 94,8% (26,3 milhões de pessoas).
Cuba é o único país das Américas a registrar 100% de vacinação entre as pessoas que deveriam se imunizar – 1,1 milhão de pessoas tomaram a dose. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos a cobertura chegou a apenas 38% do público-alvo, com 61 milhões de cidadãos vacinados.