Blairo diz que culpa de queimadas não é de Bolsonaro, mas pede fim de “bravatas”

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Patrícia Sanches

ex-governador e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), voltou a mandar um “recado” para o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). Desta vez, Blairo comenta a polêmica em torno do alto índice de focos de incêndio pelo país, especialmente na floresta Amazônica – que tem despertado críticas dentro e fora do país. “Como governador (de 2003 a 2010) coube a mim a tarefa de lidar com algo parecido com o que está acontecendo agora. A culpa sempre recai em cima do governante de plantão, exatamente o que acontece com Bolsonaro! (Sem culpa)”, pondera o progressista, em post feito nas redes sociais.

Marcelo Camargo

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Ex-governador Blairo Maggi lembra que passou por situação semelhante, quando recebeu o título de motoserra de ouro

Em seguida, o ex-ministro, que ficou conhecido por contornar crises internacionais como o embargo da carne brasileira após a Carne Fraca, pede uma mudança na postura de Bolsonaro. “E não é com bravatas que se vence uma guerra como está, mas com diálogo e união nacional! Esta união que deve vir dos envolvidos no caso!”, dispara. A preocupação dele é com possível retaliação do mercado internacional ao Brasil. Blairo, que está na França, avalia que há interesse dos governos europeus em proteger produtores locais.

“Esse acordo que estamos para assinar com a Europa e Mercosul não é desejado por França e por Irlanda. Exatamente os dois que neste momento puxam a fila de uma ameaça a um boicote comercial, e também de uma ameaça a não conclusão desse mercado, desse acordo. O governo precisa mexer e alterar seu discurso urgentemente. Caso contrário, os prejuízos para o setor da agricultura e da pecuária brasileira, do agro como um todo, que é o grande negócio que o Brasil tem, será extremamente afetado”, disse, em vídeo exibido pelo JN.

Imagens de animais queimados e de trechos da Amazônia completamente destruídos têm chocado pessoas mundo a fora e provocado polêmicas graças a disseminação, junto com os verdadeiros, de registros falsos. Entre as celebridades e autoridades que andaram divulgando imagens antigas estão a modelo Gisele Bündchen e o presidente da França Emmanuel Macron. Divulgaram uma foto de Loren McIntyre, fotógrafo que morreu em maio de 2003. Macron, inclusive, aproveita encontro da cúpula do G7, a partir de hoje  (24), para liderar uma ofensiva, segundo ele, para as potências econômicas agirem pela “Amazônia”.

Dados

Segundo dados do INPE, divulgados pela Veja, este não é o maior incêndio que já atingiu o território da Amazônia Legal. O instituto registrou até 23 de agosto,  56.131 focos de incêndio, enquanto que em 2004 foram 275.645 durante o ano. Neste mês, foram detectados 30.922 focos ativos – número mais severo nos últimos 7 anos.

Em 2012, 35.263 focos queimavam. O pior ciclo foi agosto foi em 2005, quando satélites captaram 73.683 focos ativos no território da Amazônia Legal.  “Até hoje sou lembrado pela motosserra de ouro, e não reclamo, pois foi ela que me permitiu unir os produtores e criar um programa chamado MT Legal, que regularizou o passivo ambiental em MT, sentamos na mesma mesa, MPE, MPF, IBAMA, Entidades Classistas. E depois, o exemplo serviu para fazer o Novo Código Florestal Brasileiro”, salienta Blairo.

Em 2005, o então governador de Mato Grosso recebeu o título de “motoserra de ouro” do grupo Greenpeace. Segundo a Ong, ele mereceu a premiação por sua contribuição à destruição da Amazônia. À época, alegaram que ele era responsável pelo fato de Mato Grosso ter se transformado no Estado campeão de desmatamento. No post feito nas redes sociais, Blairo garante que como empresário e agricultor nunca ultrapassou a linha da lei. “Eu já enfrentei isso, sei do que estou falando…”, finaliza.

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