Assembleia deve aprovar mudança de gestão na Agecopa

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O deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) previu que a Assembleia Legislativa deve aprovar, por ampla maioria, o projeto de sua autoria que propõe mudar a gestão da Agência Estadual de Projetos da Copa de 2014 (Agecopa). Na quinta-feira (24), em Plenário, o parlamentar apresentou a proposta e conseguiu, de início, 12 assinaturas.

Pinheiro disse  que o novo modelo trará mais independência às ações da Agecopa, passando de uma diretoria colegiada para uma diretoria executiva. Segundo ele, será como se a Agência se "transformasse" em uma secretaria especial (ou extraordinária) de Estado. Ele até sugeriu o nome de "Secopa".

"O modelo atual está saturado, falido e insuficiente. O que acaba por refletir negativamente nas obras, nos serviços e até nos projetos. Hoje, não temos um projeto definitivo. Temos alguns projetos básicos, mas ninguém consegue nada à fundo, graças ao modelo de gestão", afirmou o deputado.

Para Pinheiro, a ausência de alguns deputados na sessão ordinária de quinta-feira impediu que o projeto ganhasse mais adesão. Apesar disso, Pinheiro acredita que na próxima semana, pelo menos, 17 parlamentares já tenham avalizado a proposta. Para o projeto ser aprovado, são necessários 14 dos 24 votos no Legislativo.

O deputado lembrou que outro ponto do projeto é que, como diretoria executiva, a Agecopa seria subordinada diretamente ao governador Silval Barbosa (PMDB), o que, segundo ele, facilitaria entendimentos.

Apesar da mudança na gestão, o parlamentar negou que também queira mudanças nas seis diretorias que compõem a Agência.

"Eu sou a favor de Cuiabá e da Copa do Mundo com sucesso, para que o legado seja revertido para a população. Não sou contra nenhum diretor e até sou amigo da maioria. Mas, as coisas não andam bem e não podemos pagar o preço vendo não acontecerem. Por isso, a mudança de gestão é necessária", afirmou o deputado.

Na berlinda

Na edição desta sexta-feira (25), o jornal Folha de S. Paulo diz que a Agecopa "está na berlinda e corre risco de extinção". "A possibilidade, que já era defendida nos bastidores por aliados do governador Silval Barbosa (PMDB), será discutida abertamente na Assembleia Legislativa a partir da próxima semana", diz a reportagem do jornalista Rodrigo Vargas.

A Folha lembra que, com seis diretores e mais de 70 servidores comissionados, a Agecopa custou aos cofres públicos do Estado, em 2010, mais de R$ 14 milhões só com pessoal, encargos e custeio da estrutura. 

O jornal também observa que, na única obra da Copa em andamento em Cuiabá, o estádio Verdão (Arena Pantanal), que custará R$ 342 milhões e é projetado para receber os jogos do Mundial, o consórcio formado pelas construtoras Mendes Jr. e Santa Bárbara está desde novembro sem receber os repasses mensais previstos. O consórcio não quis se pronunciar sobre o atraso nos pagamentos.

"Os trabalhadores da obra, insatisfeitos com os salários pagos pelo consórcio, ameaçam uma paralisação se não receberem um aumento", cita a reportagem. O fato foi revelado , no mês passado, e reafirmado na última quarta-feira (23).

A Folha diz ter apurado que o relacionamento é turbulento entre os diretores da Agecopa, em sua maioria políticos sem mandato.

"Em outubro de 2010, o então presidente Adilton Sachetti deixou o cargo dizendo que havia sido 'desrespeitado' por seus colegas. O presidente da Agecopa nega conflito entre diretores e diz que a criação de uma agência (caminho não seguido por nenhuma das outras sedes) foi uma 'decisão correta'. 'Quem nos diz isso é a própria Fifa'", afirmou o presidente Yênes Magalhães ao jornal paulista.

Em entrevista, o senador Blairo Maggi (PR), idealizador da autarquia quando era governador, declarou  que a extinção da Agecopa é "desnecessária". Entretanto reconheceu que há "alguns problemas de gestão interna".

"Ficou uma estrutura em que todos são caciques, tomam decisões, mas toda a responsabilidade acaba com o presidente. Não ficou um arranjo perfeito, e acho que deve ser reformulado", afirmou.

Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o governador Silval Barbosa (PMDB) não se manifestou.

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