“Nova proposta, na verdade, é uma cópia fiel da antiga”, diz presidente do Sintep
MARCIO CAMILO
Midianews
A decisão foi tomada depois do ato dos professores, que aconteceu na tarde desta quinta-feira (26). A passeata percorreu o Centro Administrativo Político de Cuiabá (CPA).
Por volta das 16 horas, enquanto acontecia o ato, o Governo protocolou o documento apresentando uma nova proposta salarial aos professores.
“Como nós fomos informados de que a nova proposta, na verdade, era uma cópia fiel da antiga, fizemos uma reunião em frente à Seduc, e lá foi deliberada a continuidade da greve”, explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Ensino Público de Mato Grosso, Henrique Lopes.
De acordo com ele, a reunião teve embasamento legal para aprovar a continuidade da greve, já que a categoria se encontra em assembleia permanente.
“Se você não tem uma proposta nova, você vai votar em quê?”, questionou o professor Robson Cireia, que é uma das lideranças do movimento.
Ele explicou que a categoria já tinha deliberado, anteriormente, que se a nova proposta do Governo tivesse o mesmo teor, a greve seria mantida.
“Agora a tendência é a radicalização de ambos os lados [professores e Governo]. O Governo, por exemplo, vai começar a fazer ameaças. Vai fazer pressão nos diretores das escolas para que eles cortem os pontos dos professores, mas precisamos nos mantermo firmes no movimento”, analisou Cireia.
O protesto
A passeata dos professores teve início às 15 horas, com concentração no acampamento da categoria, que fica no entorno do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
O grupo passou em frente do Palácio do Governo, Secretaria de Estado de Administração (SAD) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Os professores fizeram uma parada em cada órgão do Governo, onde foi feito discurso em carro de som, no intuito de resgatar as pautas de reivindicações.
De acordo com presidente do Sintep, a passeata reuniu cerca de 2.500 manifestantes.
Impasse
O Governo propõe o reajuste salarial dos professores a partir de maio de 2014. Esse reajuste seria de forma escalonada e prevê um aumento de 100% do salário até 2023.
No entanto, os professores querem que essa proposta comece a vigorar ainda este ano e não a partir de maio, como quer Estado.
Lopes afirmou que o problema não é o tempo para a correção salarial, que pode ser em 7 ou em 10 anos.
“O principal impasse é que o Governo quer implementar essas mudanças daqui a 8 meses. Consideramos que isso é muito tempo”, afirmou o presidente do Sintep.
Da atual proposta do Governo, os professores ainda contestam a remuneração gradativa da hora-atividade dos educadores interinos. O pagamento seria feito em três parcelas até 2016. A categoria exige que essa remuneração seja paga, de modo integral, a partir de 2014.