Após discussão, vereadores são advertidos sobre possível cassação

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Marcelo Queiroz atirou e matou o pai da vereadora durante a campanha de 2012

Após ser obrigado a encerrar uma sessão ordinária para evitar que uma acalorada discussão e troca de acusações entre os vereadores de Santo Antônio do Leverger, Marcelo Queiroz (PDT) e Patrícia Pires (Pros) evoluísse para as vias de fato, o presidente da Casa, Wagner Belmiro Teixeira Silva (PSD), aplicou uma advertência por escrito aos parlamentares. O documento destaca que se ocorrer um novo “fato desrespeitoso” entre os parlamentares, que são desafetos declarados desde a campanha de 2012 quando Marcelo atirou e matou o pai de Patrícia, ambos serão alvos de processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar.

Ao ler a carta de advertência, Wagner Belmiro destacou que a atitutude de Marcelo e Patrícia infringiu o artigo 89 do Regimento Interno da Câmara de Leverger. Por isso houve a necessidade de adverti-los por escrito e publicamente sob o risco de ambos infringirem o dispositivo contido no artigo 7º podendo vir a responder por processo por perda de mandato.

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Patrícia Pires que perdeu o pai morto por Marcelo não aceita desaforos do adversário

Ao Gazeta Digital, o presidente explicou que a advertência vem junto com a quebra de decoro, ou seja, é o último ato e a partir de agora se houver novo episódio derespeitoso, o processo de perda de mandato será instaurado. “As providências já foram tomadas e essa foi a última oportunidade para eles. É uma coisa desagradavel o fato acontecido entre os dois, mas nenhum vereador tem nada a ver com isso”, disse Wagner referindo-se à briga ocorrida no dia 5 de setembro de 2012 durante um encontro do PDT, na qual Marcelo sacou um revólver e atirou no secretário do Obras de Leverger Izaías Vieira Pires, 62, pai de Patrícia. Ele morreu no hospital 2 dias depois. Depois do episódio, Marcelo que é policial militar, perdeu o direito de andar armado.

Conforme o presidente, fora da Câmara já teve outros atritos entre Patrícia e Marcelo, inclusive próximo ao Legislativo Municipal, mas dentro do plenário foi a primeira vez. “Ambos assinaram a advertência e reconheceram que erraram”, ressalta Wagner Belmiro.

Entenda – Na confusão, registrada dentro do plenário da Câmara durante a sessão do dia 11 deste mês, o presidente e outros vereadores precisaram intervir para evitar que as ofensas verbais evoluíssem para agressões físicas. Marcelo usava a tribuna e num determinado momento alegou que Patrícia foi falar de sua honra. Ele disse que o falecido [pai dela] não era mais homem do que ele.

Patrícia o confrontou com o seguinte questionamento: “Vossa excelência tinha que ter vergonha de subir nessa tribuna e dizer isso”, cutucou o desafeto. O pedetista rebateu que ela não tinha “condições morais” de falar com ele. A vereadora retrucou afirmando ter sim “condições morais” de dirigir a palavra a ele. O presidente encerrou a fala que Marcelo fazia. A discussão, no entanto, continuou longe do microfone da tribuna.

A sessão foi suspensa por 5 minutos, mas a troca da acusações não entre ambos não parou. “Quebra minha então já que você quer quebrar Marcelo”, gritou Patrícia desafiando o vereador. Após isso, em meio a muita gritaria e conversas paralelas, o presidente da Casa encerrou a sessão. A gritaria e discussão entre eles continuou com a vereadora alegando que por ser mulher Marcelo não queria respeitá-la. A confusão aconteceu logo no retorno de Marcelo ao Legislativo Municipal após ficar 10 meses no cargo de secretário municipal de Obras.

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