Animação brasileira concorrerá ao Oscar

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A indicação de ‘O Menino e o Mundo’ ao Oscar 2016 deve ser comemorada pelos brasileiros. Mas não pelos responsáveis pelos destinos do cinema no Brasil. A animação premiada de Alê Abreu foi lançada em apenas 12 salas no circuito nacional e ficou em cartaz poucas semanas. É um trabalho praticamente desconhecido no próprio país, graças aos critérios de distribuição que privilegiam estúdios estrangeiros e comédias televisivas. Não por acaso, o filme recebeu muito mais consideração no exterior.

Vencedor do Festival de Anecy, espécie de Cannes da animação, ‘O Menino e o Mundo’ chegou a 80 países e teve distribuição em 70 salas de cinema na França, onde ficou em cartaz por quase um ano. Ou seja, os franceses conhecem melhor a obra que os brasileiros.

O diretor Alê Abreu também foi responsável pelo ótimo ‘Garoto Cósmico’ (2007) e já mereceu homenagem do festival Anima Mundi. Trata-se de um dos maiores talentos da animação do país. Com uma arte coloridíssima e original, que evoca desenhos a lápis e giz,’O Menino e o Mundo’ também é a antítese da computação gráfica genérica dos desenhos fraquinhos que as distribuidoras insistem em priorizar no país.

A comparação nem precisa ser com os blockbusters da animação. Como parâmetro, basta verificar como as piores produções animadas internacionais são tratadas no Brasil. O alemão ‘As Aventuras dos Sete Anões’ ganhou lançamento em 95 salas. O russo ‘O Reino Gelado 2’ foi lançado em 320 salas. Até o DVD da Disney ‘Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca’ entrou no circuito, em 438 cinemas. E há muitos outros de onde saíram estes lançamentos trash.

Por que o mercado cinematográfico brasileiro não dá à animação criada no país o mesmo valor que o mundo lhe confere? É importante frisar que ‘O Menino e o Mundo’ não é uma exceção, um caso raro que só acontece uma vez na vida. Um ano antes do filme de Alê Abreu vencer Anecy, quem conquistou o prêmio do festival foi outra produção brasileira, ‘Uma História de Amor e Fúria’, de Luiz Bolognesi. Quem viu no Brasil? 

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