Andrés ironiza dívida do Barcelona, mas tropeça na matemática

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Em evento na Comissão de Esporte, em Brasília, o superintendente de futebol do Corinthians e deputado federal (PT-SP), Andrés Sanchez, disparou contra o Profut, programa de refinanciamento de dívidas dos clubes sancionado pela presidente Dilma Roussef, e disse que nem mesmo o Barcelona seria capaz de pagar seus débitos, ainda que vendesse todo o seu patrimônio.

O cartola travou discussão, em especial, com o representante do Bom Senso, Ricardo Borges, em mesa que ele mesmo moderava.

Borges defendia o futebol europeu como modelo a ser seguido pelos brasileiros.

Andrés, então, rebateu o executivo do movimento que tem, entre seus membros, o zagueiro Paulo André, ‘provocado’ por ele durante o debate.

“O Barcelona, que é exemplo, se vender o Camp Nou, o centro de treinamento, o Messi, o Neymar, todos os jogadores que eles têm, não paga a dívida que tem”, desabafou o dirigente alvinegro.

Ele não poderia estar mais equivocado.

A dívida do Barça é hoje de 328 milhões de euros (R$ 1.305 bilhão).

Somente o seu elenco é avaliado, segundo o site Transfermarkt, em 690 milhões de euros (R$ 2.746 bilhões), no entanto. Mais do que isso, os terrenos do Camp Nou e La Masia, seu CT, valem, pelo preço médio do metro quadrado de 2014, 515 milhões de euros (R$ 2.049 bilhões).

O estádio dos catalães está localizado em uma área de 55 mil metros quadrados no bairro de Les Corts, um dos mais caros da cidade, e está avaliado em cerca de 195 milhões de euros (R$ 776 milhões). O seu quartel-general, por sua vez, está dentro de um complexo 136 mil metros quadrados e conta com um preço de mercado de 320 milhões de euros (R$ 1.273 bilhão).

Ou seja, mesmo vendendo ‘tudo’, o Barcelona iria faturar 1.210 bilhão de euros (R$ 4.815 bilhões), ou o suficiente para pagar o equivalente a praticamente quatro vezes sua dívida.

Ainda participaram do encontro os presidentes do Santos, Modesto Roma, do sindicato dos atletas, Rinaldo Marotelli, e dos treinadores, Zé Maria, dentre outros. O flameguista Eduardo Bandeira de Mello também era aguardado, mas não pôde comparecer.

“Ele está nos preparativos para as eleições do clube e o time está mais ou menos”, brincou Andrés.

Veja abaixo o diálogo entre Sanchez e Ricardo Borges, do Bom Senso.

(Andrés) O Barcelona, que é exemplo, se vender o Camp Nou, o centro de treinamento, o Messi, o Neymar, todos os jogadores que eles têm, não paga a dívida que têm.

(Borges) O Barcelona não é clube, hein, senhor presidente.

(Andrés) Ah, então, está bom, o Chelsea igual. O Chelsea teve prejuízo de 100 milhões de euros no ano passado. O Chelsea fechou…

(Borges) O Chelsea é exceção.

(Andrés) É, e o Manchester City é bom? O Manchester City é bom? Fechou no déficit. Clube de futebol não é banco.

(Borges) Minha empresa também tem déficit.

(Andrés) Então, mas o Profut proíbe de ter déficit.

(Borges) Não proíbe de ter déficit.

(Andrés) Lógico que proíbe, lógico que proíbe.

(Borges) Ele reduz a capacidade de déficit. Dá uma série de exceções.

(Andrés) Eu rezo e torço que, se um dia eu bater a cabeça e voltar a ser presidente do Corinthians de novo, vou te contratar para você dirigir o Corinthians. Você vai ver como toca.

(Borges) Se eu te mostrar que pode ter déficit, você me contrata?

(Andrés) Mas o Profut proíbe de ter déficit.

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