A depressão provocada pelos dias difíceis no futebol europeu se foi com o retorno ao Brasil. Voltar a jogar em alto nível é um desafio particular de André, mas ele tem uma tarefa ainda maior e mais complexa. Principal contratação do Atlético-MG para o segundo semestre, o atacante precisa ajudar o time a sair da zona de rebaixamento do Brasileirão. O Galo está em 18º na tabela, com apenas 18 pontos. O jogador tem só 20 anos, mas chegou para ser protagonista.
De André, o que se espera são os gols e as boas atuações dos tempos de Santos. Em 2010, ele conquistou o Paulista e a Copa do Brasil ao lado de Neymar e Ganso. Em 49 partidas, fez 28 gols. Desempenho bem diferente do apresentado no Dínamo de Kiev, da Ucrânia, e no Bordeaux, da França. Por lá, jogou pouco e não fez gol. O trauma é tão grande que ele nem gosta de pensar que ainda tem contrato com o Dínamo até agosto de 2015.
– Pode chamar o Bope que eu não volto (risos).
No Galo, fez três gols em oito jogos. Ele sabe que precisa mostrar mais. Em entrevista exclusiva, o camisa 90 garantiu que está preparado. André contou também que por muito pouco não vestiu rubro-negro. Chegou a acertar as bases salariais com o Flamengo, time da família dele, mas os ucranianos preferiram negociá-lo com o Atlético. É com um sorriso largo que ele combate o momento difícil e acredita que a má fase vai passar. O atacante sente saudades das dancinhas dos Meninos da Vila e principalmente da parceria com o quase irmão Neymar.
GLOBOESPORTE.COM: Você chega ao Atlético-MG num momento difícil e com responsabilidade de fazer gols para tirar o time da zona de rebaixamento. Há um mês no clube, como tem sido isso para você?
André: É difícil, cara. Ganhei duas só aqui (Fluminense e Atlético-PR) e trabalhar com derrota é horrível, o ambiente fica ruim, é complicado. Cheguei com responsabilidade. Há quase um ano não jogava 90 minutos direto, cheguei aqui e em menos de uma semana tive de jogar 90. Você sente o ritmo do futebol brasileiro. Mas venho com muita vontade de ajudar, de jogar, e agora é ganhar ritmo de jogo. E ganhar. Voltar a ganhar e sair dessa zona de rebaixamento porque é horrrível trabalhar assim.
Quando você chegou ao Galo o técnio ainda era o Dorival. Como foi o reencontro?
Dorival é como um pai, maravilhoso. É diferente o cara saber o jeito que você gosta de jogar, você sabe como o time dele joga. Me ajudou bastante quando cheguei, sabia o que ele queria, a movimentação. Ele é um cara fantástico, mas infelizmente não deu certo aqui. Não tinha explicação, ele estava tentando, mas não dava certo. Agora é torcer por ele no Inter, que faça um grande trabalho porque é um excelente treinador, vai colocar o time do Inter para brigar entre os líderes. Todo mundo daquela época do Santos tem ele como um pai. Foram dois ou três jogos como titular com ele.