Após receber a visita da sua esposa Flávia Arruda, o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), que está preso na Superintendência da Polícia Federal desde quinta-feira da semana passada, foi homenageado na última terça-feira por um grupo de cinco amigos, que usava um megafone.
Arruda, ao ouvir as cantorias e gritos de apoio e solidariedade, abriu uma fresta da persiana para tentar ver os amigos em pelo menos dois momentos. O primeiro, quando cantavam "Segura na Mão de Deus" e, depois, quando Vicente de Paulo, que trabalha na Secretaria de Governo do Distrito Federal, pegou o megafone e avisou que estava ali para apoiá-lo:
– Tudo passará […] estamos lhe esperando em 2014
Durante todo o dia, no entanto, a maioria das pessoas gritava xingamentos contra o governador de dentro dos carros que passaram em frente à Superintendência.
Ontem, Arruda recebeu apenas duas visitas. A primeira foi do advogado Thiago Bouza, que se limitou a dizer que o governador estava "abatido" e que "começava a mostrar interesse sobre o que estava acontecendo". Ele não quis responder, no entanto, se o governador falou sobre renúncia ou sobre a estratégia da defesa. O advogado negou ainda boatos de que Arruda poderia ser transferido para o um batalhão da Polícia Militar.
A esposa do governador chegou à sede da PF por volta das 19hs e permaneceu no local cerca de uma hora. Apesar de a PF informar que todas as visitas precisam se identificar na entrada da superintendência, Flávia chegou em um Audi preto e passou direto, sem se submeter ao procedimento padrão no portão de entrada.
Depois da saída de Flávia Arruda, chegaram os amigos com o megafone. O governador em exercício, Paulo Octávio (DEM), foi esperado na noite de segunda-feira na PF para visitar Arruda, mas, após os preparativos, ele desistiu de ir à superintendência.