Advogado foragido dava suporte à quadrilha de roubo a bancos

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O advogado Júlio César Domingues Rodrigues, que está foragido da Justiça desde a última quarta-feira (1), responde a duas ações penais por porte ilegal de arma. Uma delas foi originada a partir de denúncia anônima, em que ele é acusado de dar suporte a uma quadrilha de assaltantes de bancos em Mato Grosso. Segundo a juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal, o advogado tem temperamento violento. Em suas negociatas, ele se apresentava como “facilitador” dos poderes Legislativo e Executivo,

Consta em uma das ações penais em que Júlio César é réu que a Polícia Militar teria recebido denúncia anônima em fevereiro de 2009 , dando conta de que uma caminhote L200 estaria chegando na cidade de Barra do Bugres. O motorista era Júlio César e ele estava armado, com um revólver calibre 38. Segundo a denúncia, o advogado dava suporte a uma quadrilha de roubo de bancos. A outra ação penal, pelo mesmo crime, tramita na Comarca de Rio Branco.

Na decisão, Silma Rosane relata trecho da denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), destacando as circustâncias em que o advogado foi flagrado com a arma de fogo:

“No dia 15 de fevereiro de 2009, por volta de 15h3Omin, a Polícia Militar recebeu denúncia anônima de que uma caminhonete L200, cor prata, placa NFG-3745 estaria vindo à esta cidade, sendo que o condutor do veículo estaria dando suporte à uma quadrilha de roubos de bancos. Diante disso, a guarnição policial se dirigiu à Rodovia deparando-se com o veículo descrito sendo conduzido pelo denunciado Júlio César Domingues Rodrigues (.) sendo apreendida em poder do denunciado uma arma de fogo, tipo revólver, marca Rossi, calibre 38, cabo de madeira, cano curto (–)”.

Em sua delação, o também advogado Joaquim Fábio Mielli afirma que foi ameaçado por Júlio César Rodrigues, quando não recebeu a parte em dinheiro que fora acordada no esquema de desvio de R$ 10 milhões da Assembleia Legislativa, com o ex-deputado José Geraldo Riva (PSD) e o ex-secretário-geral Luis Márcio Pommot, que continua preso. Por esse motivo a juíza Selma Rosane determinou o cumprimento do mandado de prisão contra Júlio César, durante a Operação Ventríloquo.

“Júlio César é igualmente pernicioso. […] Além disso, é dado à violência, tanto que consta que já investiu contra Joaquim mesmo dentro do escritório profissional deste, o que demonstra que não tem freios morais, quando se trata de auferir lucros ilícitos”, diz a magistrada em sua decisão.

Selma Rosane ainda justifica a determinação do mandado de prisão: “O fato de já ter tentado contra a integridade física de Joaquim indica que deve ser mantido sob custódia, como meio de garantia da instrução criminal, eis que seu temperamento violento e sua ousadia, aliados ao caráter desviado que demonstra ter são elementos que indicam que, solto, certamente poderá ameaçar ou constranger quem represente perigo à sua pessoa”.

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