Adolescentes com transtornos mentais estão mais expostos a doenças sexualmente transmissíveis

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Os adolescentes que sofrem com transtornos mentais estão mais sujeitos a se infectar com HIV ou alguma outra DST (doença sexualmente transmissível) do que os demais jovens. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelo Centro de Pesquisas Infantil Bradley Hasbro, dos Estados Unidos.

 

Após entrevistar 840 adolescentes, os pesquisadores perceberam que os jovens com distúrbios psiquiátricos apresentam mais comportamentos sexuais de risco, como o sexo sem proteção.

Os resultados foram ainda mais graves dependendo do tipo de transtorno enfrentado pelo adolescente. Segundo os pesquisadores, aqueles que sofrem com a fase maníaca do transtorno bipolar – que é marcada por oscilações de humor, entre a euforia e a irritação – são sexualmente mais ativos, têm mais parceiros sexuais e estão mais expostos a se infectar com DSTs.

Já os pacientes com distúrbios aparentes, como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), transtornos de conduta e comportamentos de raiva são ainda mais ativos sexualmente e, por isso, correm mais risco de se infectar com HIV e outras DSTs. O mesmo ocorre com os jovens que sofrem com distúrbios menos aparentes, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.

De acordo com Larry Brown, autor do estudo e professor de psiquiatria da Universidade de Brown, o que gera esse comportamento sexual de risco é o fato de esses pacientes serem mais impulsivos e descuidados. A consequência disso, segundo o pesquisador, é que esses jovens possuem mais parceiros sexuais e, geralmente, não usam camisinha.

O estudo mostrou ainda que os adolescentes com históricos de problemas psiquiátricos enfrentam mais situações de gravidez não planejada.

– Como eles são mais vulneráveis às DSTs, seu comportamento sexual deve ser cuidadosamente acompanhado, e isso deve fazer parte do tratamento.

 

 

 

O estudo

 

Os pesquisadores avaliaram 840 adolescentes com idade média de 15 anos – além de seus pais – das cidades de Providence, Atlanta e Chicago, nos EUA. Mais da metade dos adolescentes eram meninas afro-americanas.

Dentre todos os entrevistados, 153 apresentavam um distúrbio mental conhecido como mania, outros 48 tinham transtornos não aparentes, 282 sofriam com transtornos aparentes, 252 apresentavam mais de um diagnóstico e 105 jovens estavam em tratamento, mas a doença ainda não tinha sido identificada.

Mais da metade dos entrevistados relatou histórico de relações vaginais ou anais. Entre os que eram sexualmente ativos, 29% não usaram camisinha na última relação, 31% tiveram em média dois parceiros nos últimos 90 dias, já 15% relataram quatro ou mais parceiros sexuais, e 14% deles estavam infectados com alguma DST.

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