Polícia tem dificuldade para encontrar corpos de casal

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Em quatro dias de buscas, a Polícia Civil ainda não localizou os corpos do casal de garimpeiros que ganhou na Quina e foi executado a tiros. Desde segunda-feira, policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) tentaram localizar os cadáveres de Raimundo Nonato Ferreira de Souza, de 45 anos, e Liliane Goes Saldanha, de 35, que teriam sido jogados às margens da rodovia que liga Cáceres a Pontes de Lacerda.

Segundo os policiais civis, a área de 40 quilômetros e o mato alto dificultam os trabalhos. Durante as buscas, os policiais encontraram algumas ossadas de animais. Para ajudar na localização, os investigadores levaram dois dos quatro envolvidos no crime presos na semana passada.

Acompanham os policiais Luiz Paulo da Silva, de 22 anos, que confessou ter atirado nas vítimas, e Lauro Rosa Bueno, de 23, que o acompanhou. "Esses dois vão nos mostrar onde jogaram os corpos", informou o chefe de operações, policial civil Fernando Bezerra.

Na semana passada, o GCCO prendeu quatro envolvidos no crime. Além de Luiz Paulo e Lauro, estão presos Raimundo Pereira da Silva, de 40, e Ricardo Oliveira Queiroz, de 27. O quinto integrante, Ivan Rosa Moreira, ainda está solto. Ele é considerado o mentor do crime, ao lado de Raimundo.

Com a prisão do bando, o delegado Luciano Inácio precisava localizar os corpos. Para encontrá-los, ele informou que iria usar inclusive uma roçadeira para cortar o matagal. Os policiais, após viajarem cerca de 400 quilômetros, chegaram no final da manhã e iniciaram as buscas.

No sábado, a Polícia Civil de Rondônia prendeu em Cacoal o funcionário da Caixa Econômica Federal (Caixa) Sérgio Luiz Pereira Furtado, suspeito de ajudar os criminosos. Segundo o delegado Alexandre Bacarinni, da cidade, Sérgio trabalhava no setor de penhor e disse ao gerente que um amigo dele havia ganhado na loteria e estaria ajudando na aplicação. O sistema de segurança gravou encontro do funcionário com Raimundo Pereira, que usava documentos em nome da vítima.

Toda a história começou em julho, quando o casal se mudou de Pontes e Lacerda para Cacoal, onde continuou trabalhando, e Raimundo Nonato ganhou sozinho na Quina. De lá, os dois resolveram retornar para Pontes e Lacerda. A notícia do prêmio milionário chegou até os ouvidos do xará do sortudo, que planejou o crime.

Em outubro, o casal foi sequestrado e levado para a rodovia, onde foi executado. O bebê veio para Várzea Grande, ficando aos cuidados de um casal no bairro Nova Fronteira. "Ivan pegou os documentos da vítima, colocou a foto dele e, em Cacoal, onde reside, conseguiu fazer vários saques, no valor total de R$ 700 mil", relatou o delegado.

O esclarecimento do crime ocorreu após policiais da GCCO desconfiarem de um grupo de rapazes que estava fazendo gastos adoidados.

"Descobrimos que o dinheiro vinha de Cacoal e, em contato com a Polícia Civil de lá, havia uma investigação sobre um sumiço de um casal em Pontes e Lacerda. Entramos em contato com Lacerda e descobrimos que haveria conexão entre os casos", explicou o delegado Luciano Inácio.

 

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