Um importante executivo da Nintendo disse que a reação a um alerta de saúde quanto sistema do videogame portátil 3DS, que exibe imagens em 3D, foi exagerada. A Nintendo alertou que o 3DS, que chegará às lojas em 27 de março nos Estados Unidos, poderia prejudicar a vista de crianças pequenas e aconselhou que crianças abaixo dos seis anos de idade só joguem em modo 2D.
O alerta, que foi divulgado em japonês no site da empresa, terminou retransmitido por veículos de mídia e blogs e deflagrou uma onda de vendas de ações da Nintendo que durou três dias, duas semanas atrás. Algumas pessoas criticaram a empresa pelo alerta, afirmando não haver provas médicas de que o 3D prejudique os olhos das crianças.
Reggie Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, minimizou as preocupações durante um evento promocional em Nova York, nesta quarta-feira (19), afirmando que outros aparelhos de uso doméstico fazem alertas semelhantes.
Ele acrescentou que as crianças com sete anos de idade ou mais "podem certamente desfrutar dos recursos 3D".
A Nintendo está fazendo uma aposta pesada no 3DS, que não requer o uso de óculos especiais, mas enfrenta concorrência muito mais forte do quando lançou outros videogames portáteis, como o Game Boy, em 1989, e o DS, em 2004.
O aparelho, que custará R$ 415 (US$ 249), poderá executar jogos e exibir vídeos 3D, e tirar fotos 3D, sem que o usuário precise de óculos – recursos que devem fazer com que a companhia ganhe vantagem sobre a Apple. Eric Handler, sócio da MKM Partners, diz que "o 3DS dá à Nintendo algo que a Apple não tem como oferecer às pessoas no momento".
Um novo produto deve ajudar a empresa a reconquistar seu brilho. Depois de três anos de lucro recorde, até março de 2009, as margens da Nintendo caíram acentuadamente, e a empresa previu que seu lucro cairá ao ponto mais baixo em cinco anos.
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