Um príon, partícula infecciosa que causa a doença de Creutzfeldt-Jakob, popularmente conhecida como mal da vaca louca, pode ser transmitido pelo ar, ao contrário do que se pensava até agora, segundo um estudo suíço-alemão. A pesquisa recomenda precaução a laboratórios, matadouros e fábricas de ração para animais.
O professor Adriano Aguzzi e uma equipe de cientistas das universidades de Zurique, na Suíça e Tübingen, na Alemanha, e do hospital universitário de Zurique publicam a pesquisa na revista científica PLoS Pathogens.
Os resultados, que segundo Aguzzi foram "totalmente inesperados", mostraram que 100% dos ratos que foram trancados em câmaras especiais e expostos a aerossóis com príons durante um minuto adoeceram.
Segundo o estudo, quanto mais tempo durou a exposição ao príon, menor foi o tempo de incubação nos ratos e mais cedo se manifestaram os sintomas clínicos de uma doença causada por essa partícula – que degenera o sistema nervoso central.
A doença de Creutzfeldt-Jakob ataca o sistema nervoso central e geralmente é caracterizada por demência rapidamente progressiva, associada a contrações musculares involuntárias. A DCJ foi inicialmente descrita na Alemanha, em 1920, e desde então a incidência registrada foi de aproximadamente um caso para cada milhão de pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde.
A partícula príon já foi identificada na França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Austrália, Holanda, Estados Unidos e Japão. Em nenhum país das Américas, incluindo o Brasil, houve registro de casos humanos da doença.
Cerca de 280 mil vacas morreram nas últimas décadas devido a essa doença.
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