A chinesa Sinovac Biotech espera fornecer sua vacina
experimental contra a covid-19 para mais países sul-americanos ao terceirizar
alguns processos de fabricação para o Instituto Butantan, ligado ao governo do
estado de São Paulo, disse o presidente executivo da companhia, Yin Weidong,
nesta quinta-feira (24).
Fabricantes globais de vacina, como a Sinovac e a
AstraZeneca, fizeram parcerias para a realização de testes clínicos em estágio
avançado de seus produtos no Brasil, que tem o terceiro maior número de
infectados do mundo.
A Sinovac planeja fornecer produtos semifinalizados ao
Butantan, que fará a formulação e o envase para o fornecimento da vacina a
outros países sul-americanos, disse Yin Weidong, em entrevista coletiva.
A China incluiu a candidata a vacina da Sinovac, a
CoronaVac, em seu programa de uso emergencial lançado em julho, mas os testes
em estágio avançado no exterior ainda não foram concluídos, o que levantou
dúvidas em relação à segurança entre especialistas.
Nessa quarta-feira (23), o governador de São Paulo, João
Doria, disse que dos 50 mil voluntários que participaram de testes com a
CoronaVac na China, 94,7% não apresentaram qualquer reação adversa e que, no
Brasil, até o momento, nenhum voluntário que participa do estudo teve qualquer
efeito colateral. Ele espera que a imunização comece em São Paulo em
dezembro.
Yin disse que a Sinovac está disposta a colaborar e
compartilhar dados com outros países sobre o uso emergencial da vacina, se eles
precisarem de programas desse tipo. Acrescentou que a empresa mantém
conversas com o Chile e com outros países para a realização de estudos clínicos
de Fase 3, mesma etapa que está sendo feita no Brasil e que é a última antes do
pedido de registro nos órgãos reguladores.
“Diferentes países têm suas próprias opções sobre
autorização para uso emergencial”, disse Yin, acrescentando não saber se eles
seguirão o exemplo da China.
Agência Brasil