A taxa de desocupação atingiu 14,3%, na quarta semana de
agosto, um aumento de 1,1 ponto percentual frente à semana anterior (13,2%),
alcançando o maior patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) covid-19, iniciada em maio.
Essa alta acompanha o aumento na população desocupada na
semana, representando cerca de 1,1 milhão a mais de pessoas à procura de
trabalho no país, totalizando 13,7 milhões de desempregados. Os dados foram
divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
A população fora da força de trabalho (que não estava
trabalhando nem procurava por trabalho) era de 74,4 milhões de pessoas,
mantendo-se estável em relação à semana anterior (75 milhões) e, também, frente
à semana de 3 a 9 de maio (76,2 milhões). Nessa população, disseram que
gostariam de trabalhar cerca de 26,7 milhões de pessoas (ou 35,8% da população
fora da força de trabalho). Esse contingente ficou estável frente à semana
anterior (26,9 milhões ou 35,9%) e à semana de 3 a 9 de maio (27,1 milhões ou
35,5%).
Cerca de 16,8 milhões de pessoas fora da força que gostariam
de trabalhar e não procuraram trabalho não o fizeram por causa da pandemia ou
por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam. Elas
correspondiam a 22,6% das pessoas fora da força. Esse contingente permaneceu
estável em relação à semana anterior (17,1 milhões ou 22,9%), mas diminuiu
frente à semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou 25,1%).
A coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, destaca o
crescimento da taxa de desocupação, que era de 10,5% no início de maio, e
explica que a alta se deve tanto às variações negativas da população ocupada
quanto ao aumento de pessoas que passaram a buscar trabalho.
“No início de maio, todo mundo estava afastado, em
distanciamento social, e não tinha uma forte procura [por emprego]. O mercado
de trabalho estava em ritmo de espera para ver como as coisas iam se
desenrolar. As empresas estavam fechadas e não tinha local onde essas pessoas
pudessem trabalhar. Então, à medida que o distanciamento social vai sendo
afrouxado, elas vão retornando ao mercado de trabalho em busca de atividades”,
disse, em nota, a pesquisadora.
Agência Brasil