Uma segunda fase da Operação Imperador, que tem o ex-deputado José Riva (PSD) como réu, sob acusação de ser o mentor de um suposto esquema de fraude de R$ 62 milhões, não é descartada. A afirmação foi feita nesta terça-feira (28) pelo o coordenador do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro.
Segundo o promotor, os depoimentos colhidos até o momento mostram que o dinheiro do suposto esquema servia para o ex-deputado pagar dívidas que ele tinha em factorings e possivelmente tinha dívidas de campanha política. Ainda conforme Marco Aurélio essas informações estão sendo apuradas.
“Esse dinheiro desviado era para custear esse tipo de despesa e segundo o próprio delator Júnior Mendonça para manter o sistema e a imprensa”, disse.
Sobre os depoimentos realizados nesta terça, o promotor destaca que eles confirmam o que o Ministério Público insiste, de que essas aquisições feitas pela Assembleia Legislativa eram forjadas, para fins de retorno de 80% do contato para o bolso de pessoas que foram indicadas na denúncia.
“Se inocentes fossem todos esses denunciados será que desde o início da investigação não teriam dado ao MP os subsídios documentais de que esses materiais foram entregues e está aqui a prova? Não, todo o tempo dificultaram a produção dessa prova”, relatou.
Nesta tarde também, a juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, remarcou para o dia 23 de junho o depoimento de Riva, que está preso desde o dia 21 de fevereiro. Ele é apontado como chefe de um esquema criminoso que consistia na realização de licitações fraudulentas de materiais gráficos, que eram faturados, cobrados, mas não realizados.
Parte desse dinheiro voltava para empresas de fachada e parte era desviada dos cofres públicos pelo ex-deputado, segundo a acusação do Ministério Público Estadual. O esquema teria desviado mais de R$ 62 milhões da Assembleia Legislativa que foi presidida por Riva por vários anos durante seus 5 mandatos consecutivos.