A secretaria estadual de Saúde, sob Marco Bertúlio, deu início à discussão que deve culminar na revisão contratual junto às Organizações Sociais, que administram os hospitais regionais de Mato Grosso. A primeira reunião foi realizada na última terça (3) com representantes das OSS de Rondonópolis, Cáceres e Sorriso. “Sobre a questão da permanência das OSS, também estamos analisando todas as alternativas existentes para fazer gestão, pensando sempre, em primeiro lugar, na população que será atendida”, concluiu o secretário.
Na pauta, além da revisão dos contratos, o secretário solicitou detalhes sobre a forma como as organizações fazem as aquisições dos medicamentos. “Como compram em grande quantidade, queremos fazer um comparativo e diagnóstico para que nos auxilie nesse processo na Secretaria de Estado de Saúde, para termos um embasamento”, explica Bertulio.
Os representantes das OSS, por sua vez, reclamaram do fato de, na gestão Silval Barbosa (PMDB), enfrentarem problemas relativos aos repasses, além dos problemas estruturais que encontraram em algumas unidades. Bertúlio ponderou que, neste momento, a equipe realiza um levantamento das situações para que possam ser sanadas.
Para o diretor de Apoio da Sociedade Beneficente São Camilo, que administra o Hospital Regional de Rondonópolis, Geovani Freitas Neves, a reunião serviu para tirar as incertezas e acalmar os ânimos. “Pudemos ouvir do secretário o que ele espera das OSS para essa caminhada de parceira neste ano”.
No caso da unidade de Rondonópolis há um pedido por parte do prefeito Percival Muniz (PPS) para que a OSS continue. O socialista argumenta que já houve melhoras no atendimento à população.
Também participaram do debate o representante da Associação Congregação de Santa Catarina (Hospital Regional de Cáceres), Mário Rodrigo Kaori, e do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (Hospital Regional de Sorriso), diretor executivo corporativo Naírio Augusto Pereira Santos e o diretor executivo Diogenes Ticiani Couto.
Intervenções
As OSS, constantemente criticadas por parlamentares mato-grossenses, sindicatos e entidades ligadas à saúde, foram implantadas em Mato Grosso em 2011, na gestão do então secretário de Saúde, o ex-deputado federal, Pedro Henry, condenado no julgamento do mensalão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Enquanto algumas organizações tentam se manter no comando, alguns hospitais seguem sob intervenção, sendo eles os de Sinop, Colíder e Alta Floresta. Já em Várzea Grande, o Hospital Metropolitano teve o contrato com o IPAS rescindido e a administração voltou para o Governo do Estado, após irregularidades na aplicação de mais de R$ 2,7 milhões em recursos.