Em almoço de apoio a sua candidatura à presidência da Câmara, nesta sexta-feira, no Rio, o deputado federal Eduardo Cunha questionou a lista de políticos citados por Paulo Roberto Costa, em delação premiada, como envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. Cunha afirmou que os nomes foram citados “sem contexto”. No encontro, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) defendeu o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que não compareceu ao evento, sobre as denúncias de Costa.
— Os nomes estão citados sem o contexto. Tem que se mostrar em que contexto é citado, qual é o tipo de citação para saber se é uma acusação. Até para a pessoa que for citada, ou acusada, ter o direito de defesa. A mim não cabe fazer nenhum tipo de comentário nem julgamento prévio de algo que não conheço. Citado qualquer um pode ser— afirmou Eduardo Cunha, ressaltando que o caso não prejudicará a sua candidatura.
Presente no almoço, o governador Pezão admitiu que ele e Cabral se encontraram diversas vezes com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras durante as negociações para a instalação do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), em Itaboraí. No entanto, Pezão afirmou que é preciso ter cuidado e dar o direito dos possíveis envolvidos se defenderem.
— Fiquei sete anos e quatro meses ao lado do Sérgio e não vi em nenhum momento um pedido de indicação à diretoria da Petrobras. Tem que dar o direito para saber sobre o que essas pessoas estão sendo acusadas— disse Pezão lembrando que o governo do estado não teve e não tem qualquer ingerência no Comperj, um projeto do governo federal.
Ao final, questionado por jornalistas, o deputado Eduardo Cunha se esquivou de responder se caso eleito defenderia a cassação dos políticos supostamente envolvidos em corrupção na Petrobras:
— O presidente da câmara não tem que defender e nem atacar para cassar quem quer que seja. Para cassar alguém, há um rito no regimento interno da câmara. não cabe ao presidente ser contra ou a favor. Tem que cumprir o regimento
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou também ser difícil comentar sobre a lista dos políticos neste caso porque não há nada de concreto contra os nomes que aparecem na relação.
O almoço teve a presença de deputados e prefeitos do PMDB, PSC, PTB e PP. Cunha afirmou que já tem o apoio 167 dos 513 parlamentares e lembrou que não será um presidente de oposição ao governo Dilma, mas que, ao mesmo tempo, não haverá um parlamento submisso ao executivo.