OPERAÇÃO FALSÁRIO Quatorze são indiciados por falsificação de diplomas

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Letícia Kathucia/GD


Quatorze pessoas, acusadas de envolvimento em esquemas de falsificação de diplomas e certificados, foram indiciadas pela Polícia Civil. Eles foram descobertos durante a “Operação Falsário”, deflagrada em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. O inquérito policial foi encaminhado ao Fórum da Comarca de Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá), onde mora o empresário Carlos Alexandre de Souza, que foi preso acusado de chefiar o esquema no estado.

Segundo a Polícia Civil, os beneficiários das fraudes estão sendo investigados e poderão responder por uso de documento falso, se comprovada a utilização do certificado. A operação foi deflagrada no dia 27 de novembro, data em que foram cumpridos 57 ordens judiciais em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão domiciliar e 23 três mandados de condução coercitiva.

Durante a ação foram apreendidos mais de 300 diplomas e certificados, que ainda seriam entregues, R$ 126 mil em dinheiro, R$ 28 mil em cheques, além de notebooks e computadores, entre outros documentos. Em Mato Grosso, o empresário Carlos Alexandre é acusado de chefiar o esquema. Ele é dono de uma rede de laboratórios na cidade de Cáceres, que atendia pessoas de várias partes do Brasil interessadas em certificados “frios” de ensinos.

Carlos Alexandre mantinha em Cuiabá um escritório, identificado por ‘Inovar Curso Preparatório’, onde ficavam duas secretárias e dali saiam os pedidos de certificados do ensino fundamental e médio. Havia pedidos também para emissão de diplomas técnico, nível superior e pós-graduação, porém estes eram tratados diretamente com o empresário.

As duas secretárias foram presas na operação e revelaram que os certificados eram emitidos para beneficiários, que encomendavam os documentos de conclusão de nível fundamental e médio, ao preço unitário de R$ 980 ou 1.900, os dois.

Em média mais de 40 pedidos eram recebidos por mês no escritório. Conforme as funcionárias, interessados nos certificados faziam o pedido, via telefone, remetiam a documentação necessária (RG, CPF, comprovante de residência, certidão de nascimento ou casamento), para confecção do certificado que vinha de outros estados da federação.

No local, policiais da Diretoria de Inteligência acompanhados do delegado de Cáceres, Mário Roberto de Souza Santiago Junior, apreenderam 195 diplomas e certificados emitidos em vários Estados, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão, para pessoas de diversas cidades do Brasil, principalmente de Mato Grosso.

A delegada que preside as investigações, Anamaria Machado Costa, informou que solicitou informações aos órgãos que tiveram servidores beneficiados e está recebendo pedidos também sobre os certificados apresentados pelos funcionários públicos para elevação na carreira e até mesmo ingresso durante o concurso.

Ana Maria disse ainda que duas instituições de ensino, a Latino, no Rio de Janeiro, e a Conceição Freire, no Maranhão, já foram alvos de investigações das Polícias de seus estados e estariam com as atividades suspensas. “Estavam sem funcionamento e mesmo assim emitiam certificados. Constatamos isso pelas datas dos certificados”. 

Na semana passada foi preso em Ji-paraná, Rondônia, o cantor gospel, Donizete de Souza, apontado nas investigações como líder da quadrilha naquele estado, que estaria se desvinculando de Carlos Alexandre de Souza, para formar sua própria rede em Rondônia. “Ele já estava numa posição de líder em Rondônia pela grande quantidade de pessoas beneficiárias e colaboradores”, disse a delegada. 

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