Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, descobriram que o cigarro pode mais do que dobrar o risco de uma mulher sofrer morte cardíaca súbita e que largar o vício pode diminuir as chances com o passar do tempo. Os resultados foram publicados na edição de Dezembro da revista Circulation: Arrhythmia & Electrophysiology.
Este estudo analisou o impacto do tabagismo sobre o risco de morte súbita em 101.018 pessoas, todas participantes do Estudo de Saúde das Enfermeiras no Canadá. Durante 30 anos de acompanhamento, 351 casos de morte súbita cardíaca foram relatados. Os investigadores notaram que a quantidade e a duração do hábito de fumar estavam fortemente associadas ao risco morte súbita.
Segundo os autores, quem fumava de um a 14 cigarros por dia tinha o risco de morte duas vezes maior do que não fumantes. A cada cinco anos, o risco de morte cardíaca aumentava em 8%. Tabagistas pesadas, que fumaram 25 cigarros por dia ou mais, tinham o risco aumentado em de três vezes. Mulheres que fumaram por mais de 35 anos em qualquer quantidade tinham um risco 2,5 vezes maior de morte súbita cardíaca do que aquelas que nunca fumaram.
Além disso, a pesquisa mostrou que parar de fumar tinha um efeito quase imediato na redução do risco de morte cardíaca súbita dentro de cinco anos, sem quaisquer sintomas de doenças cardiovasculares. Para mulheres já diagnosticadas com alguma doença cardíaca, os benefícios levaram mais tempo para serem notados. Segundo os estudiosos, esses resultados mostram que até mesmo níveis modestos de cigarro podem trazer malefícios à saúde da mulher.
Seis dicas implacáveis para você parar de fumar
De acordo com a psicóloga Maria Teresa Cruz Lourenço, coordenadora do grupo de apoio ao tabagista do Hospital do Câncer, a nicotina do tabaco cria dependência química e psicológica, já que se torna uma válvula de escape para a ansiedade. No entanto, largar o cigarro traz benefícios à saúde independentemente de quanto tempo você passou fumando. Veja sete truques para enganar a vontade de fumar enquanto a abstinência ainda é forte.
Evite locais com muitos fumantes
"Ficar próximo à tentação nos primeiros dias sem cigarro pode ser muito difícil", afirma a psicóloga Laura de Hollanda Batitucci Campos, das Clínicas Oncológicas Integradas (COI). Ela sugere evitar consumir bebidas alcoólicas, já que beber está intimamente ligado ao hábito de fumar.
Quebre a rotina
Para grande parte dos tabagistas, fumar é parte de uma rotina, como almoço ou café. Por isso, para enganar a vontade de fumar, é fundamental quebrar esses hábitos. "Mude o local da refeição, varie os pratos e as horas das suas atividades", aconselha Maria Teresa.
Concentre-se em outra atividade
"Nos primeiros dias longe do cigarro, o ex-fumante tem picos de vontade extremamente perigosos, mas que duram apenas alguns minutos", afirma Laura. Nesses momentos, a melhor saída é se distrair com alguma atividade que exija concentração e que, de preferência, mantenha boca e mãos ocupadas, como escovar os dentes ou beber água.
Busque apoio da família e de amigos
Tentar envolver amigos e familiares na luta contra o tabagismo pode tornar a tarefa de abandonar o cigarro muito mais fácil. "Com mais aliados nessa luta, todos ficam mais motivados e não há a tentação de conviver tão de perto com alguém que fuma e não tem objetivo de parar", diz a psicóloga Laura.
Tenha autocontrole
Para a psicóloga Laura, o ponto mais importante nessa luta é ter força de vontade. "Não é uma tarefa fácil, mas ela é possível?, aponta a profissional. ?Suporte profissional e dedicação absoluta são essenciais para você alcançar sua meta.? Tendo em mente as incontáveis vantagens de acabar com o vício e a motivação que fez você dar o primeiro passo, é bem provável ser bem sucedido.
Sempre tente mais uma vez
"Recaídas significam apenas que a tentativa seguinte será menos penosa", incentiva Maria Teresa. Segundo ela, estar familiarizado com as principais sensações da abstinência deixa o ex-fumante mais tranquilo e bem preparado. Além disso, o cigarro pode ser abandonado a qualquer momento. "Não importa se você tem 20 ou 80 anos, pode começar uma vida sem cigarro quando quiser", conta a psicóloga.