A delegação do Tigre ficou mais de duas horas 'presa' no Morumbi e só saiu de lá protegida por um cordão de policiais. O time argentino, que não voltou a campo para o segundo tempo da final contra o São Paulo por alegar falta de segurança, foi embora por volta de 1h30, deixando para trás madeiras quebradas e marcas de sangue nas paredes do vestiário visitante.
Segundo dirigentes e jogadores, eles foram agredidos por seguranças do clube brasileiro. Há quem diga ainda que, no momento em que a Polícia Militar interveio, revólveres foram sacados e apontados para os argentinos. As informações, porém, são desencontradas. A versão são-paulina é de que os argentinos tentaram invadir o vestiário mandante e foram contidos pelos seguranças.
Até que não seja apurado detalhadamente, o ocorrido será tratado apenas com as declarações conflitantes de cada lado. Até porque no corredor entre os dois vestiários, não há câmeras. De acordo com o Major Gongaza, o policiamento só chegou ao local para apartar a briga entre argentinos e brasileiros, não sabendo portanto de que maneira ela se iniciou.
Gerente de futebol do Tigre, Sergio Mazza estava revoltado e cogitou pedir ajuda do Consulado Argentino até deixar o Brasil. Antes disso, eles prestaram depoimento no DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), local para o qual os representantes do departamento jurídico do clube brasileiro igualmente teriam seguido após tentarem registrar ocorrência no 89° Distrito Policial.
Por ter abandonado a decisão da Copa Sul-americana após o primeiro tempo, em que perdia por 2 a 0, o time argentino pode ser punido pela Conmebol. Antes garantido na próxima edição da Libertadores, ele corre risco agora de ser impedido de disputá-la. Alheio a isso, o Tricolor volta a comemorar um título depois de quatro anos.
Tossiro Neto/Gazeta Press
Assim que a delegação do Tigre deixou o Morumbi, no mesmo ônibus que foi apedrejado por torcedores na chegada, foi possível entrar no vestiário visitante. Além da habitual bagunça, com frutas e bebidas espalhadas pelo chão, lá havia sangue nas paredes e algumas prateleiras e portas quebradas. Entregue pelo goleiro e capitão Rogério Ceni, a flâmula do São Paulo também foi deixada para trás.