62,8% das residências não têm acesso à rede de esgoto em MT

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Mato Grosso ocupa a 15ª posição no ranking dos estados brasileiros com privação de acesso à rede geral de coleta de esgoto. Ao todo, 62,8% das moradias não têm acesso à coleta de esgoto no estado e a situação impacta diretamente a vida de 2,2 milhões de pessoas. Em Mato Grosso, 14,8% da população não tem acesso à rede geral de água e 30% sofrem com o abastecimento irregular. Dados referentes ao mês de novembro deste ano, foram divulgados pelo Instituto Trata Brasil.


Doutora em Recursos Hídricos, Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima destaca que o saneamento básico no Estado é muito precário e precisa ser tratado como prioridade básica e com investimentos. “Estado precisa assumir o papel de gestor da política, pois muitos municípios não têm estrutura organizacional, não têm pessoas especializadas e não dispõem de recursos”.


Lima explica que os municípios pequenos têm baixa capacidade gerencial e precisam de apoio e investimento. “Cada município precisa elaborar o plano de saneamento, respeitando os eixos de abastecimento de água, esgotamento sanitário dos resíduos sólidos, drenagem urbana e manejo. Essa é a base para fazer o mapeamento e, depois, a execução. Mas, enquanto não houver ajuda do Estado, o esgoto vai continuar poluindo os rios e adoecendo a população”.


Segundo Lima, a falta de coleta de esgoto tem impacto direto ao meio ambiente. “O oxigênio nos corpos d’agua é consumido para fazer a degradação da matéria orgânica, com isso a coloração fica escura, pois não existe mais oxigênio e sim muitos coliformes elevados. O ambiente se torna impróprio para uso. Infelizmente os córregos urbanos estão nesse estágio”.


Lima revela ainda que o esgoto não coletado e que fica a céu aberto pelas ruas causa sérios danos à vida das pessoas pois, cria ambiente insalubre que afeta a saúde dos moradores, causando várias doenças. “Estudos apontam que a ausência do serviço de coleta afeta o desenvolvimento das crianças porque o ambiente insalubre causa prejuízos no aprendizado. Investimento em saneamento é essencial e tem retorno imediato para a população. Não adianta pavimentar se não fizer a rede de esgoto”.

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