Bruna Pinheiro/ A Gazeta
Maior banco de sangue de Mato Grosso, o MT-Hemocentro está com apenas 10% de seu estoque disponível. A pequena quantidade preocupa pela expectativa de aumento na demanda de transfusões durante o período das festas de final de ano. O alto número de acidentes de trânsito registrado nas últimas semanas é apontado como uma das causas para a frequente utilização do estoque.
Nesta segunda-feira (10), a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) lançou a campanha permanente para doação de sangue ao Hemocentro. O objetivo é aumentar as bolsas de sangue.
De acordo com a diretora geral do MT-Hemocentro, Eliana Rabani, o estoque da unidade está no “vermelho”, representando um número muito pequeno de bolsas disponíveis. Segundo ela, atualmente o Hemocentro tem de cinco a 10 bolsas de sangue armazenadas, o que é muito pouco diante da procura por transfusões. “O ideal seria que o Hemocentro tivesse até 100, 80 ou 50 bolsas. Apesar de termos os doadores fidelizados, o número de doações ainda está muito baixo”.
Eliana explica que os “fidelizados” fazem parte de um grupo de pessoas que tem por hábito doar sangue com mais frequência que a maioria da população, que só faz isso quando há uma necessidade específica. Responsável pela coleta e distribuição de sangue para toda a rede pública de saúde de Mato Grosso, o Hemocentro também atende hospitais conveniados e contratados em todo o Estado. “Temos usado muito sangue nos últimos dias. Foram vários acidentes e outras necessidades. No final do ano, o número de doações cresce e a procura aumenta. Por isso, lançamos essa campanha permanente para que as pessoas venham até o Hemocentro”.
Considerado “doador universal”, o sangue tipo O negativo é um dos que mais faltam no Hemocentro, por ser um dos mais procurados devido sua alta taxa de compatibilidade. Independente do tipo sanguíneo e fator Rh, ele pode ser doado para qualquer sangue.
Já o tipo A positivo também representa um baixo número no banco de sangue, porém, por ser um pouco menos comum entre a população. Com isso, quando há necessidade desse tipo de sangue, a dificuldade para encontrá-lo à disposição é grande. “Na verdade, nós precisamos de todos os tipos de sangue para que quando o paciente precise, tenha disponível no nosso banco. Porém, o A positivo e o O negativo são os principais”.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 55% da população brasileira têm sangue do tipo O, contra 2% que têm do tipo AB, o menos frequente. Em relação ao fator Rh, 90% dos brasileiros são positivos. Pela configuração biológica universal, existem quatro tipos de sangue: A, B, AB, e O.
Enquanto os portadores do Rh positivo recebem doações tanto de negativos quanto positivos, os do tipo negativo só recebem de mesmo Rh.Por exemplo, uma pessoa com sangue A positivo pode receber doações do tipo A e O positivo e negativo. Já o A negativo, recebe apenas do A e O negativo.
Além da sede do Hemocentro, localizada na rua 13 de junho, no Centro de Cuiabá, a entidade também colhe sangue por meio da Unidade Móvel instalada na Praça da República, também na região central da cidade.