Atualmente no Peñarol-URU, Bressou passou por um período muito difícil no Grêmio, quando ficou afastado da equipe principal depois de ser expulso na derrota para o Vitória por 2 a 1 em casa neste Campeonato Brasileiro. Emprestado até o meio do ano que vem ao time uruguaio, o zagueiro terá uma oportunidade para reencontrar as melhores atuações.
“Futebol a gente sabe que é feito de altos e baixos e procuro me manter num bom nível. Os momentos ruins vão acontecer e isso nos fortalece. Passei por alguns, e minha saída talvez tenha sido por causa disso. Não tinha a tranquilidade necessária para trabalhar na equipe e surgiu essa chance, que agarrei com toda vontade”, disse o defensor, aoESPN.com.br.
O atleta sofria com críticas após ter sido acusado por torcedores de ter falhado no revés por 1 a 0 para o Rosario Central-ARG na partida de ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América.
“É uma situação diferente. O normal é o zagueiro uruguaio vir ao Brasil. Mas foi uma situação bem rápida, desde a solicitação deles e a vontade de vir para cá. Entendi que seria uma grande oportunidade na minha carreira. Estou procurando aprender ao máximo”.
Pretendido pelo América-MG, Bressan preferiu atuar no atual campeão uruguaio, que irá disputar a Copa Libertadores da América no ano que vem.
“No Brasil tem um pouco de preconceito com os outros torneios sul-americanos, mas o nível é bom. Tem grandes jogadores e não é à toa que eles fazem essa ponte para a Europa assim como os brasileiros”.
“Acho que vou crescer bastante aqui. Nosso time passou por um processo de reformulação nesses últimos meses. Trouxeram muitos jogadores jovens que se destacaram no Campeonato Uruguaio”.
Morando há pouco tempo em Montevidéu junto com sua namorada, Bressan ainda não tem televisão e internet banda larga no apartamento. Para se divertir, aproveita para conhecer pontos turísticos e conta com o acolhimento do povo uruguaio.
“A adaptação foi fácil porque cultura, clima e costumes são parecidos com os do Rio Grande Sul. A única coisa que tenho um pouquinho de dificuldade para falar é o espanhol. Estou atrás de aulas para aprender rápido. Fomos muito bem recebidos”.
O zagueiro conta que os uruguaios vivem o futebol com paixão. “Eles brincam muito conosco sobre ter vencido a Copa do Mundo de 1950 no Brasil. Eles tomam muito mate e conversam. É um povo bem simples e acolhedor”.
ESTREIA DIRETO NA LIBERTADORES
Matheus Simonete Bressanelli começou sua carreira aos nove anos nas categorias de base do Juventude. Ele se profissionalizou com apenas 17 anos, em 2010, depois de ter sido semifinalista da Copa São Paulo de futebol júnior. O defensor foi contratado pelo Grêmio, em 2012.
“Estava na Copa RS [torneio regional] no final do ano e minha estreia foi contra a LDU-EQU numa pré-Libertadores. As coisas foram rápidas, mudaram da água para o vinho”.
Mesmo tendo passado por episódios ruins, ele guarda enorme carinho pela equipe gaúcha. “Vivi momentos muito bacanas e joguei com caras renomados como Zé Roberto, Dida, Elano e Cris. Foi uma experiência marcante. Foram quase quatro anos de clube, cresci muito e fiz grandes amigos”.
No ano passado, ele passou o primeiro semestre no Flamengo por indicação de Vanderlei Luxemburgo, seu treinador nos tempos de Porto Alegre.
“Foi um clube que abriu as portas e apostou em mim. Fui até a seleção pré-olímpica que foi uma experiência maravilhosa. Os clássicos cariocas são muito bacanas. Não tinha a dimensão sobre isso no Rio Grande do Sul. Flamengo é um time de massa. Quando jogávamos no Norte e Nordeste, a torcida comparecia como se fosse o Rio”.
Depois de jogar o Pan-Americano de Toronto, em 2015, ele retornou ao Grêmio por causa da saída do zagueiro Rhodolfo para a Turquia. Após fazer 106 partidas e marcar cinco gols, Bressan perdeu espaço na equipe e após a chegada do zagueiro Walter Kannemann foi cedido ao Penãrol.
