Youtuber analisa vídeo de assassino que tirou coração da tia

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Jessica Bachega/GD

Um ano após o crime que chocou Sorriso, o perito facial Vitor Santos analisa a linguagem não verbal de Lumar Costa da Silva. A avaliação é feita a partir de entrevista concedida pelo acusado acusado de matar a tia Maria Zélia, logo após ser preso. Nas palavras do analista, o homem demonstra satisfação, convicção e felicidade por ter cometido o crime. De outro lado, há falta de empatia e traços de desvio de personalidade.

 

Vitor Santos é dono do canal Metaforando, no Youtube, que tem mais de 3 milhões de inscritos. Ele publicou o vídeo sobre Lumar em 16 de julho de 2020 e 216 mil pessoas já assistiram. Em sua biografia no site, Santos afirma que muitas pessoas o intitulam “scanner humano” e oferece cursos para interpretação da linguagem corporal, baseados em protocolos científicos, como por exemplo o sistema taxonômico FACS (Facial Action Coding System).


Logo no começo do vídeo, ele apresenta ao público o crime e explica o termo inimputável, que enquadra criminosos com desequilíbrio mental. Na filmagem, o professor doutor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Túlio Viana, explica que uma pessoa pode ser considerada inimputável quando não tem noção de que sua atitude é criminosa ou quando, mesmo sabendo que seu ato é ilícito, não consegue evitar. Nos casos de condenação, a pessoa não vai presa, mas é internada em hospital psiquiátrico “ o que, às vezes, é muito pior”, avalia o professor.


Passando para a análise do vídeo, Vitor Santos pontua que Lumar tem fortes expressões de raiva excessiva quando confessa que matou a tia e garante que “ela mereceu”.


“Ele demonstra expressões de raiva, projetando o maxilar para a frente, tencionando a região entre as sobrancelhas e nas pálpebras. Ele inclina o corpo pra frente e aumenta o tom de voz ao enfatizar que a tia merecia morrer”, relata o perito. “Eu matei ela mesmo. Não me arrependi”, diz Lumar em entrevista.


No vídeo, o analista afirma que Lumar demonstra convicção no que diz. E felicidade quando conta que ouvia vozes do universo e que tais mensagens mandaram que matasse a mulher. “Dizer que ouvia vozes pode ser conveniente e sugerir que fosse um criminoso inimputável”, destaca o youtuber. No entanto, Vitor Santos destaca que a avaliação é de uma entrevista, um recorte apenas, sem análise aprofundada do criminoso.


Vitor Santos ainda destaca que Lumar demonstra baixa instrução, diferente de assassinos recorrentes ou em série, que tem um alto nível intelectual.


“De fato é uma pessoa que demonstra grande satisfação ao comentar uma morte. O que é visto como, no mínimo, ausência de empatia e, provavelmente, um desvio de personalidade”, finaliza o perito facial.


O crime

Lumar morava em São Paulo e após um desentendimento com a mãe mudou-se para Sorriso. Ele foi acolhido pela tia Maria Zélia. Ao descobrir que Lumar era usuário de drogas, a tia pediu para o sobrinho sair da casa. Lumar foi morar numa quitinete, mas, voltou e cometeu o crime.

 

No dia do assassinato, Lumar estava sob efeito de drogas e tinha alucinações. Afirma que não sabia o que estava fazendo e não conseguia distinguir a realidade da fantasia.

Ele disse que ouvia vozes, que seriam do universo, e falavam que ele era especial e “escolhido por Deus”.

Além do homicídio, ele furtou R$ 800 da tia, provenientes de aluguel. E ainda levou o coração de Zélia para a prima, filha da vítima. Roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos. Com o carro, ele bateu numa subestação de energia tentando incendiar o local.

 

Lumar foi preso e transferido para a penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o Ferrugem, em Sinop (500 km ao norte), onde segue em cela separada.

 

 

Vídeo


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