Enquanto boa parte das lideranças políticas do PR rejeitam a possibilidade do empresário Mauro Mendes (PSB) voltar à sigla, o presidente do partido, deputado federal Wellington Fagundes, afirmar que se o socialista demonstrar interesse as portas estarão abertas para recebê-lo. O parlamentar ainda descartou a hipótese de haver uma resistência partidária ao nome do empresário. Mesmo assim, se Mendes decidir retornar, a tendência é que haja um racha no partido, já que grande parte dos republicanos não escondem a insatisfação. "A maior dificuldade que o Mauro teve foi com o Moisés Sachetti, na época que ele foi presidente do partido. Mas no final ele até apoiou a candidatura", tenta amenizar Wellington.
Moisés se desfiliou do PR em julho do ano passado depois de não ter sido escolhido com um dos suplentes do senador Blairo Maggi. Na época, o ex-governador argumentou que não poderia escolhê-lo por terem a mesma base eleitoral (Rondonópolis) e perfis semelhantes, mais técnico do que político. Depois que deixou a sigla, Moisés abandonou a candidatura à reeleição do então vice-governador Silval Barbosa (PMDB) para ser um dos principais articuladores da campanha de Mendes.
Vetado à suplência, Sachetti trai Silval sinaliza apoio para Mendes
Apesar de negar uma movimentação contrária à filiação de Mendes, Wellington pondera que todos os membros da legenda têm liberdade para opiniar sobre o assunto. Entre os que já adiantaram que são contra o retorno estão os deputados Emanuel Pinheiro e Sérgio Ricardo. O principal argumento de ambos é quanto às críticas que Mendes teceu à administração de Maggi e Silval durante o período eleitoral do ano passado. Sérgio ainda estaria preocupado com a possibilidade de ter seus planos de concorrer à Prefeitura de Cuiabá frustrados com o regresso do empresário, visto que ele também é cotado para suceder o prefeito Chico Galindo (PTB).
Outro que já declarou que não apoia a iniciativa é o deputado federal Homero Pereira. Ele, entretanto, segue com um discurso mais ameno e afirma que não fará objeções se o retorno for uma decisão colegiada da sigla. Maggi também resistiria à volta de Mendes. Recentemente, o senador desmentiu em entrevista ao RDNews os rumores de que estaria havendo uma reaproximação entre eles.
Maggi desmente que tenha feito convite para Mendes voltar ao PR
Mesmo sustentando o regresso do socialista, Wellington frisa que o convite que fez ao empresário foi informal. Ele também deixa claro que a iniciativa foi pessoal e não por ser presidente da sigla. "O que houve foi um encontro ocasional entre dois amigos, mas se ele quizer é claro que vamos apresentar a proposta ao restante dos membros do partido", pontuou.