Wagner Ramos (PR) é quem teve o maior salto em patrimônio nos últimos quatro anos entre os 24 deputados estaduais mato-grossenses. Embora esteja longe de chegar ao topo quanto ao acúmulo de riquezas, seus bens somavam apenas R$ 22,6 mil em 2006 e hoje estão avaliados em R$ 188 mil, um crescimento de 744,2%. Comprou por R$ 150 mil uma casa no jardim Angola, em Tangará da Serra, onde reside, e um veículo Honda Fit que está no nome da esposa Kelen Simone Fernandes Ramos. Radialista e apresentador de TV, Wagner teve 19.594 na última eleição, o que lhe garantiu a condição de primeiro-suplente da coligação PPS/PFL. Com a renúncia de Humberto Bosaipo, ele se tornou titular logo no início da legislatura. Neste ano, busca novo mandato, a exemplo de outros 19 colegas parlamentares. Somente quatro não tentam novo mandato na Assembleia: Otavianio Pivetta (PDT), Dilceu Dal Bosco (DEM), Antonio Brito (PMDB) e Ságuas Moraes (PT).
Os dados sobre bens dos parlamentares estão disponíveis nos sites do Tribunal Superior Eleitoral e do Transparência Brasil. A cada eleição, quem se dispõe a concorrer a cargo eletivo precisa apresentar declaração patrimonial. Muitos maquiam os dados, pois vários bens são colocados em nome de membros da família ou até de laranjas. Cada deputado recebe R$ 15 mil mensais e pode usufruir de um veículo Corolla à disposição do gabinete. Tem direito a outros R$ 15 mil a título de verba indenizatória. Alguns possuem mais de 40 assessores. As despesas de gabinete podem chegar ao teto de R$ 30 mil mensais.
Há quatro anos, Maksuês Leite (PP), Gilmar Fabris (DEM) e Airton Português declararam que nada de bens possuíam em seus nomes. Desta vez, o primeiro revelou ter R$ 81,7 mil em conta bancária. O intrigrante é que Maksuês, jornalista e empresário, se tornou até proprietário de veículo de comunicação. É dono da TV Cuiabá (afiliada da Rede TV!). Fabris é pecuarista. Possui fazenda em Pedra Preta. Português foi prefeito de Araputanga, possui propriedade rural e revelou desta vez que seu patrimônio equivale a R$ 227,7 mil.
Desce e sobe
Quatro deputados contam que seus bens "encolheram" de 2006 para cá. São os casos dos empresários Otaviano Pivetta, que viu o seu patrimônio cair 84%, de mais de R$ 800 milhões para R$ 132 milhões; de Adalto de Freitas, o Daltinho, que perdeu 23%, saindo de R$ 3,5 milhões para R$ 2,6 milhões, e do pecuarista Ademir Brunetto (PT), que aponta redução de 29,9% do capital, de R$ 927 mil para R$ 649 mil. João Malheiros jura que seus bens ficaram menores. Antes, somavam R$ 148,4 mil e, agora, R$ 103,9 mil.
Outra revelação no mínimo curiosa é de Chica Nunes, que informa a Justiça Eleitoral que perdeu patrimônio, avaliado antes em R$ 331,3 mil e, agora, em apenas R$ 39,4 mil. São 4 bens: uma área de 85 ha e parte de uma outra propriedade de 10 ha, ambas no Sucury, distrito da Guia, em Cuiabá; um veículo Fiat Uno Mulle, ano 1995, e direito a parte de uma casa no centro da Capital.
O patrimônio do deputado Sérgio Ricardo deu salto de 509,1%, de R$ 347 mil para R$ 2,1 milhões. A então suplente e hoje titular Vilma Moreira, de Rondonópolis, adquiriu bens que somam R$ 152,5 mil, 335,8% a mais se comparado aos R$ 72 mil de 2006. Não foi possível calcular a evolução patrimonial de Antonio Brito e Wilson Celso Teixeira, o Dentinho, que esta semana tomou posse no lugar do deputado cassado José Riva, porque ambos não são candidatos neste pleito.