Vulcão chileno pode afetar projetos de turismo em MT

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A erupção do vulcão chileno Puyehue, no começo do mês, pode refletir, nas próximas semanas, no projeto dos turistas mato-grossenses que pretendiam visitar, por exemplo, o Sul da Argentina, principalmente a cidade-balneário de Bariloche. O local é um dos destinos preferidos pelos brasileiros, que conseguem conhecer neve por um preço acessível na América do Sul.

O vulcão começou a entrar em erupção no dia 4 de junho e suas cinzas vêm prejudicando regiões da Patagônia (região Sul), além de cidades argentinas e chilenas. Mesmo completando dez dias de seu início, os resíduos do Puyehue aindam sendo sentidos.

Centenas de voos foram cancelados, inclusive, no Brasil, e até mesmo no outro lado do Oceano Pacífico, como Nova Zelândia e Austrália, que, em duas semanas, cancelaram 200 voos, afetando cerca de 60 mil passageiros.

Cuiabá não possui voos diretos para a Argentina. Porém, para o turista que deseja conhecer o país, a Capital é porta de saída, já que é preciso fazer escala em Campo Grande (MS) ou São Paulo (SP). 

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Mato Grosso (Sindtur), Oiran Gutierrez, já houve casos de cancelamento em Mato Grosso, porém o vulcão não tem causado grandes transtornos e, mesmo que dúvidas surjam entre os clientes, todas serão esclarecidas.

"A perspectiva é de que a situação seja normalizada, mesmo porque a alta temporada para esquiar na região de Bariloche começa a partir de julho. Porém, caso os clientes tenham algum receio, vamos dar opções que caibam no bolso, já que Argentina não é um destino muito caro", disse.

Atualmente um pacote para a Argentina, de cinco dias e quatro noites, pode custar de US$ 1.200 à US$ 2.900, variando sempre de agência para agência.

Conforme assessoria de comunicação da CVC Viagens, por exemplo, o vulcão Puyehue não deve repercutir negativamente na empresa, que tem 75% dos pacotes feitos dentro do Brasil. 

"Os pacotes que foram comprados para julho, com destino à Argentina, ainda não foram afetados de forma alguma, tanto que temos voos fretados semanalmente para todo o mês. A tendência também é a de que o vulcão se normalize", disse Guitierrez.

A opinião é a mesma do consultor de viagens Ricardo Haidamus, que trabalha na agência de viagens Ametur. De acordo com ele, o vulcão de agora lembra a situação ocorrida em maio deste ano, com o vulcão Grimsvötn, na Islândia, que assustou turistas e cancelou voos, mas depois foram regularizados.

"Teremos que analisar a situação. De qualquer forma, no momento, nenhum cancelamento de voo tem refletido em ônus para os clientes. Mas, não podemos dizer que não vai afetar de alguma forma. Estamos aconselhando os passageiros a se acalmarem", disse.

O vulcão

No Chile, o Puyehue continua em erupção, com atividade estabilizada. Ainda assim, o Serviço Nacional Chileno de Geologia e Minérios (Sernageomin) não descartou a possibilidade que novas atividades voltem, com episódios semelhantes aos já ocorridos ou superiores em intensidade.

As colunas formadas de cinzas do vulcão já chegaram a formar oito metros de altura, algumas cidades foram completamente encobertas pelos resíduos e a população pouco tem saído de casa.

O vulcão Puyehue, com 2240 metros de altura, situa-se na Cordilheira dos Andes. A sua última grande erupção aconteceu em 1960, depois do sismo de Valdivia, de magnitude 9,5 na escala de Richter. Morreram 5700 pessoas no Chile, na ocasião.

Voos no Brasil

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recomendou que todos os passageiros com voos marcados com saída ou chegada nos aeroportos da região Sul do Brasil façam consultas com as companhias aéreas, sobre a disponibilidade das operações antes de se dirigirem aos terminais.

A mesma orientação deve ser seguida pelos passageiros com destino a aeroportos de Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai.

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