A reintrodução da dengue tipo 1 no Rio de Janeiro é quase uma certeza, segundo afirmou nesta sexta-feira (18) o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O vírus não circula na cidade desde o início da década de 1990 e cerca de 3,7 milhões de pessoas não têm qualquer imunidade. Em outubro, em conjunto com o governo do Estado e as prefeituras, o Ministério da Saúde planeja um levantamento sobre a infestação pelo mosquito Aedes aegypti no Rio.
– É importante dizer que este vírus tem quatro sorotipos. Três deles circulam no Brasil, o tipo 4 ainda não foi registrado. Quando um sorotipo deixa de circular durante um período longo, as pessoas que nascem deixam de ter uma proteção natural, pois não tiveram contato com o vírus. Então, quando o vírus é reintroduzido, há uma população suscetível e isso pode causar casos mais graves em crianças e adolescentes e pessoas que tiveram doenças em surtos anteriores podem desenvolver a dengue hemorrágica.
Entre os quatro tipos de vírus da dengue, o ministério reconhece que os tipos 1, 2 e 3 já foram registrados no país. Toda as vezes em que um sorotipo "ocupa" o lugar de outro, podem ocorrer epidemias por causa do grande número de pessoas que nunca tiveram contato com ele, como as crianças. A partir de 2007, por exemplo, a entrada do vírus 2 no lugar do 3 causou, no ano seguinte, uma das piores epidemias já registradas no país.