Flor Costa.
Apesar da fala do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, de que “não se pode ter medo do raciocínio de não terminar o VLT”, o governo do estado não possui uma alternativa caso haja a desistência em concluir a obra. Doutor em engenharia de Transportes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o professor Luiz Miguel de Miranda entende que uma nova alternativa, no caso o Bus Rapid Transport (BRT) deve ser pensada imediatamente.
João Vieira![]() |
Segundo, Gustavo Oliveira, do gabinete de Projetos Estratégicos, estudos estão sendo realizados para verificar a viabilidade do VLT. “Estamos trabalhando com o cenário de terminar a obra, e não com a idéia de outra opção”.
Independente do destino escolhido para a obra de mobilidade urbana na Capital, Miranda afirma que impreterivelmente o governo terá de concluir as obras de infraestrutura, como os viadutos, trincheiras, drenagem e retirada de postes.
Conforme Luiz Miguel, que também é membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), após a conclusão das obras de infraestrutura existem 4 opções, as quais o governo pode recorrer,quanto ao VLT.
A primeira seria o governo “encarar o que está posto e implantar o VLT com os 40 trens”. No entanto, o especialista reconhece que esta alternativa acarreta muitos gastos para os cofres públicos, uma vez que o Estado seria responsável por operar e manter as linhas.
Outra opção seria o VLT operar apenas em Várzea Grande, que já possui os trilhos instalados. Uma estimativa de Miranda é que, para atender a este trecho, seriam necessários 8 trens. Segundo o especialista, os outros 32, que circulariam por Cuiabá, poderiam facilmente ser vendidos para qualquer lugar que deseje implantar um VLT.
“Milão, Berlim, Xangai, Paris, todos eles utilizam trens com as mesmas características que os daqui. Todos têm a mesma bitola (largura entre os trilhos), são movidos por tração elétrica, transitam nas ruas sem dificuldade.”
Chico Ferreira![]() Luiz Miguel de Miranda aponta 4 alternativas para solução do problema. |
A terceira alternativa apontada por Luiz Miguel seria excluir da obra o trecho entre o Morro da Luz, no centro da Capital, e o Coxipó. O principal empecilho para a continuidade deste trecho são as desapropriações na avenida Fernando Corrêa da Costa. Nesse caso seriam vendidos os 12 trens que pertencem a esse trecho.
A quarta e ultima escolha, que o especialista aponta como a mais rentável para o governo, é que se abandone a ideia do VLT em Cuiabá. Ele afirma que o custo para terminar a obra não são compatíveis com a demanda pelo transporte, que seria baixa devido ao alto custo e a pouca abrangência nos bairros.
“Se utilizarmos o BRT seria necessário realizar uma licitação, e quem ficaria responsável pelos gastos de implantação, manutenção e operação seria a empresa que ganhasse essa concorrência”.
Mudança – O BRT, citado por Miranda, foi o modal escolhido inicialmente para atender as cidades de Cuiabá e Várzea Grande. No entanto, após a intervenção de políticos, o projeto foi abandonado, sendo adotado o VLT.